União da Ilha 2014 - Foto: Wigder Frota

32 enredos com a temática infantil

Era uma vez…

É através da imaginação que o homem vive suas fantasias e cria novos mundos. A vida em si não seria lá tão fascinante se não pudéssemos reinventá-la e encantá-la através do nosso imaginário. A fantasia facilita a compreensão das coisas, principalmente para as crianças, pois é uma adaptação da realidade que se aproxima mais da maneira como elas enxergam o mundo. Para elas, e para as crianças que também habitam dentro de cada um de nós, podem existir monstros nas sombras, seres fantásticos que realizam desejos ou mesmo animais que falam, vivendo em lugares como o País das Maravilhas, o Reino das Águas Claras ou a Terra do Nunca.

Para muitos, o Carnaval é uma espécie conto de fadas: um reino distante, onde tudo pode acontecer. O carnaval permite se ficcionar, tornar-se ficção, ser outro que não eu mesmo. Ele é capaz de formular uma verdade diferente, não oficial, sobre o mundo e sobre os sujeitos, para construir novas reflexões. É uma festa que rompe as barreiras conservadoras do sistema oficial, que dramatiza o sujeito em inúmeras máscaras e o faz navegar num mar agitado feito de plástico, tinta e lantejoulas. Nos contos de fadas, a gata borralheira vira princesa; no carnaval, o moço que vende peixe na feira vira mestre-sala. O carnaval é mágico, é lúdico, tal qual uma história infantil. Todos podem ser o que quiser. E misturar esses dois universos, carnaval e temas infantis, é ler um conto de fadas através de fantasias, alegorias e samba.

Esse espírito carnavalesco se une perfeitamente com o lúdico da infância e ativa nossa memória afetiva, através de desfiles onde os personagens fantásticos são inseridos, ora como fios condutores, ora de modo mais fidedigno, com a história apenas adaptada e carnavalizada. Muitas das características dos contos de fadas encontram-se no viver carnavalesco. Esse mundo às avessas, onde a realidade é surreal. Personagens míticos, encantados ou reais, trabalhando a realidade, mostrando outras culturas e fortalecendo nossa própria identidade. O universo infantil pode propiciar para os carnavalescos um mundo vasto de possibilidades de brincar com as cores. O mundo é o real, e cabe ao carnavalesco torná-lo encantado.

E cabe a nós se encantar.

O Carnavalizados fez um levantamento e, dentre os quase 100 enredos encontrados sobre a infância, com os mais variados temas, desde o mais lúdico até o mais crítico, selecionou 32 deles para listar aqui.

 

1. Vizinha Faladeira, 1939: “Branca de Neve e os Sete Anões”

Muitos acreditam que o primeiro desfile com a temática infantil foi o da Estação Primeira de Mangueira, em 1967, sobre Monteiro Lobato. Na verdade, este título cabe à Vizinha Faladeira, que levou um dos contos da Walt Disney para a Avenida 28 anos antes da verde e rosa. Em 1939, a Vizinha fazia um carnaval imponente, o maior de toda a década de 30, com carros e destaques luxuosos e, pela primeira vez, com uma ala só de crianças. Infelizmente, os jurados entenderam que, por se tratar de um tema estrangeiro, a escola deveria ser desclassificada. Tanto que a Vizinha pode ser considerada também a precursora dos desfiles de protesto, pois no ano seguinte ela desfila passando por trás dos julgadores, levando uma faixa dizendo “Devido às marmeladas, adeus Carnaval. Um dia voltaremos”.

 

2. Mangueira, 1967: “O mundo encantado de Monteiro Lobato”

Com um desfile leve e contagiante, a Mangueira foi a campeã do Carnaval de 1967 com um enredo sobre a vida e a obra do escritor brasileiro Monteiro Lobato, assinado pelo carnavalesco Julio Mattos.

 

3. Mocidade, 1970: “Meu pé de laranja lima”

Conquistando o quarto lugar, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou para a Sapucaí uma obra da literatura infantil, o best-seller “O meu pé de laranja lima”, do autor José Mauro de Vasconcelos, publicado em 1968. Quem comandava os pincéis da agremiação eram os carnavalescos Gabriel Nascimento e Ari de Castro.

 

4. Unidos de Bangu, 1975: “Emília no país da gramática”

Este tema foi extraído do livro homônimo do escritor Monteiro Lobato e adaptado pelos carnavalescos John Ruben Ide e Ubirajara da Silva Proença. Na história, a boneca de pano Emília fazia uma verdadeira viagem ortográfica pelo país da gramática, em terras como a República dos Pronomes, o Acampamento dos Verbos e o Mar dos Substantivos.

 

5. Arranco do Engenho de Dentro, 1978: “Sonho infantil”

Abre-alas da Beija-Flor de Nilópolis no primeiro desfile na nova avenida de desfiles da Marquês de Sapucaí, em 1978. Foto Luiz Pinto 05/02/1978 – Agência O Globo Disponível em: http://acervo.oglobo.globo.com/incoming/avenidas-de-desfiles-de-1974-1983-20959460

O ano de 1978 marcou a inauguração da Marquês de Sapucaí*, e o Arranco foi a primeira escola da história a pisar na passarela. Para celebrar a data simbólica (era também a estreia da agremiação na elite), o enredo da escola do Engenho de Dentro, desenvolvido pelo carnavalesco Helio de Andrade, tratava dos sonhos de criança, fazendo alusão à realização do sonho do Arranco em desfilar na Avenida ao lado das grandes agremiações.

Entretanto, o que era pra ser um grande desfile tornou-se um grande desastre: o Arranco foi prejudicado pelo atraso no sorteio dos jurados, e ainda teve uma concentração tumultuada, atrapalhada por policiais truculentos. O presidente da escola na época, Wladimir da Costa Neves, inclusive, foi inexplicavelmente barrado pelos policiais de entrar na Avenida. Pra piorar, a uma forte chuva danificou seriamente alegorias e fantasias da escola e molhou o couro dos instrumentos da bateria, que naquela época era algo fatal. A escola foi rebaixada.

* O ano de 1984 é considerado o ano da inauguração definitiva da Marquês de Sapucaí. Até 1983 os desfiles eram realizados em diferentes avenidas e pontos da região central do Rio, como a Praça XI, Presidente Vargas, Presidente Antônio Carlos, Rio Branco, e até mesmo o estádio de São Januário. Entretanto, desde 1978 o local “oficial” era a Avenida Marquês de Sapucaí, ao lado da fábrica da Brahma.

 

6. Imperatriz Leopoldinense, 1978: “Vamos brincar de ser criança”

Desenvolvido pelo carnavalesco Max Lopes, o bonito enredo da agremiação de Ramos surgiu do poema “Epígrafe” do escritor Manuel Bandeira, e falava sobre a importância de relembrar os tempos de infância para amenizar as angústias e os problemas da vida adulta.

 

7. Portela, 1980: “Hoje tem marmelada”

Ala de palhaços na Portela, em 1980. Foto: Sebastião Marinho / O Globo

Campeã naquele ano junto com a Imperatriz e a Beija-Flor (sim, houve um empate triplo no campeonato), a Portela fez um belo desfile homenageando o circo. Palhaços, malabaristas e acrobatas num mar azul e branco invadiram a Avenida, em um trabalho fabuloso do carnavalesco Viriato Ferreira. O título do enredo, “Hoje tem marmelada”, teria sido uma crítica ao resultado do carnaval do ano anterior, quando a Portela ficou na terceira colocação.

 

8. Beija-Flor, 1980: “O Sol da Meia-Noite, uma viagem ao País das Maravilhas”

De acordo com o carnavalesco Joãosinho Trinta, o enredo foi inspirado na fala de uma criança que, questionada sobre o que faria se tivesse poderes, respondeu que faria o sol brilhar à meia noite. O desfile é uma história narrada por uma Preta Velha, e tem duendes, Saci Pererê, Emília, Branda de Neve, Dona Baratinha e muitos outros personagens.

 

9. Salgueiro, 1982: “No reino do faz de conta”

Dos carnavalescos Geraldo Sobreiro e José Feliz, o desfile não era especificamente de nenhum conto clássico, mas narra a sua própria história ao conduzir o folião numa viagem pelo Reino do Faz de Conta Salgueirense, que passava por vários reinos: do ouro, da prata, de oió, das águas, da magia e dos pássaros de cristal.

 

10. Vila Isabel, 1985: “Parece até que foi ontem”

O enredo, segundo o carnavalesco Max Lopes, visava mostrar “a infância de hoje, o que foi a infância de ontem e fazer com que o grande público presente recordasse de seu tempo de criança e participasse de uma grande festa”. Percebam: a infância de hoje e a infância de ontem, só que em 1985. Quisemos trazer esse enredo, pois é muito curioso ver a passagem do tempo através de um desfile de carnaval. Após 32 anos, o “hoje” retratado pela Vila Isabel tornou-se ontem e o “ontem” tornou-se anteontem, podemos assim dizer. Depois de mais de três décadas, as brincadeiras da infância mudaram; até mesmo as crianças de 1985 já estão adultas.
O enredo fez parte da série especial do Carnavalizados em homenagem ao Dia das Crianças, sobre enredos com a temática infantil. Para visualizar o conteúdo completo, acesse: http://carnavalizados.com.br/noticias/serie-sete-enredos-com-a-tematica-infantil-vila-isabel-1985/

 

11. São Clemente, 1987: “Capitães do Asfalto”

São Clemente 1987: uma ala de crianças sem fantasias e mal vestidas clamando por atenção da Assembleia Constituinte e da Constituição.

Um desfile forte, impactante, arrebatador e crítico, no qual a agremiação da Zona Sul escancara uma dura realidade do nosso país (e que continua presente, mesmo 31 anos depois), a vida do menor abandonado nas grandes cidades. Após mostrar seis enredos lúdicos, com o lado divertido e prazeroso da infância, acreditamos ser fundamental destacar “Capitães do Asfalto”, pois é preciso ressaltar que nem sempre enredos infantis são ou devem ser tratados em tom de brincadeira ou de forma recreativa. Criança também é assunto sério.
O enredo fez parte da série especial do Carnavalizados em homenagem ao Dia das Crianças, sobre enredos com a temática infantil. Para visualizar o conteúdo completo, acesse: http://carnavalizados.com.br/noticias/serie-sete-enredos-com-a-tematica-infantil-sao-clemente-1987/

 

12. Beija-Flor, 1991: “Alice no Brasil das Maravilhas”

Sob o comando de Joãozinho Trinta, o enredo da escola de Nilópolis era uma adaptação crítica da história de Lewis Carroll para a realidade brasileira. O carnavalesco usa os personagens do escritor inglês para questionar nossa realidade social e política. “Alice, sonolenta e entorpecida, exatamente como a consciência brasileira, se refere ao coelho: ‘Estou com pressa, muita pressa’. Será que falava do Brasil?”, justifica Joãosinho no Livro Abre-Alas.

 

13, 14 e 15. Três enredos sobre Maria Clara Machado

Abertura do desfile do Porto da Pedra em 2011. Foto: Wigder Frota

A dramaturga e escritora Maria Clara Machado foi tema de três escolas em diferentes momentos e recortes. Primeiro, no enredo “A Visita do Jacarezinho ao Reino Encantado de Maria Clara Machado”, do Unidos do Jacarezinho, de 1992, quando a escritora ainda estava viva. Em 2003, dois anos após a sua morte, foi a vez da União da Ilha do Governador exaltá-la, com o elogiado “Chega em seu Cavalinho Azul uma Bruxinha Boa: a Ilha trouxe do céu Maria Clara Machado”. Mais recentemente, em 2011, a Unidos do Porto da Pedra, trouxe novamente o universo da escritora para a Avenida com o enredo “O sonho sempre vem pra quem sonhar”.

O enredo da vermelho e branco de São Gonçalo de 2011 era uma homenagem à dramaturga e suas obras. Também comemorava os 60 anos do Teatro Tablado, fundado pela autora, instituição com foco nas peças voltadas para o público infantil. A homenagem à Maria Clara também se deu em razão dos dez anos de sua morte: em 2011, ela teria completado 90 anos de vida.

O enredo fez parte da série especial do Carnavalizados em homenagem ao Dia das Crianças, sobre enredos com a temática infantil. Para visualizar o conteúdo completo, acesse: http://carnavalizados.com.br/noticias/serie-sete-enredos-com-a-tematica-infantil-porto-da-pedra-2011/

 

16. Unidos do Cabuçu, 1992: “Xuxa, a realidade vira sonho no Xou da Cabuçu”

A Unidos do Cabuçu homenageou a querida Xuxa, criando um conto de fadas na Avenida a partir de seu apelido, “Rainha”. Dos carnavalescos Paulo Afonso de Lima e Mara Alves.

 

17. Beija-flor, 1993: “Uni-Duni-Tê, a Beija-Flor escolheu: é você!”

Dessa forma e com esse enredo, a carnavalesca Maria Augusta chegava à Beija-Flor, em 1993, com a difícil missão de substituir ninguém menos que o grande Joãosinho Trinta, que estava à frente da escola desde 1976 e tinha dado incríveis cinco títulos à agremiação de Nilópolis nesse período. A expectativa com o desfile da escola era imenso, já que todos queriam ver como viria a Beija-Flor sem João. Principalmente porque o brilhante carnavalesco havia construído uma identidade na azul e branco. A imprensa falava inclusive em uma “nova Beija-Flor”. O tema de Madame Augusta ia completamente na contramão da linha adotada pelo carnavalesco anterior, mas era assim, dessa maneira, que ela pretendia exorcizar a presença de João. O tema não pedia nudez, a escola não teria alegorias gigantescas. A escola veio leve, alegre, vibrante e com fantasias coloridíssimas! Tudo de muito bom gosto. Além, claro, da vibração e garra habituais da comunidade nilopolitana.

O enredo fez parte da série especial do Carnavalizados em homenagem ao Dia das Crianças, sobre enredos com a temática infantil. Para visualizar o conteúdo completo, acesse: http://carnavalizados.com.br/noticias/serie-sete-enredos-com-a-tematica-infantil-beija-flor-1993/

 

18. Rocinha, 1997: “A viagem fantástica do Zé Carioca à Disney”

O carnaval de 1997 foi agraciado com dois desfiles no grupo especial com a temática infantil. Além do Acadêmicos da Rocinha, o Império Serrano levou para a Avenida “O mundo dos sonhos de Beto Carreiro”, que contava a história do lendário sertanejo que, depois de uma visita à Disney, nos Estados Unidos, resolveu vender tudo que tinha para criar o maior parque multitemático da América Latina. Mas quem falou mesmo da Disney nesse ano foi a Rocinha. Para desenvolver o enredo, o fio condutor foi o famoso personagem Zé Carioca.
O enredo fez parte da série especial do Carnavalizados em homenagem ao Dia das Crianças, sobre enredos com a temática infantil. Para visualizar o conteúdo completo, acesse: http://carnavalizados.com.br/noticias/serie-sete-enredos-com-a-tematica-infantil-rocinha-1997/

 

19. Porto da Pedra, 2001: “Um sonho possível: Crescer e viver! Agora é lei!”

O enredo de 2001 do Tigre era de temática infantil, mas com um tom crítico: foi uma homenagem ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Desenvolvido pelo carnavalesco Cahe Rodrigues, que atualmente comanda os pincéis da Imperatriz Leopoldinense, a escola de São Gonçalo fez um belo desfile falando sobre a importância de respeitar o direito das crianças, para que uma vida melhor para elas se torne realidade, transformando este desejo em sonho possível, através de muita luta para que elas tenham saúde, educação, família, cultura, esporte, lazer, atenção carinho.

 

20. Mocidade Independente de Padre Miguel, 2002: “O Grande Circo Místico”

Abre-alas da Mocidade, feito pelo carnavalesco Renato Lage em seu último ano na escola. Foto: Wigder Frota

Com Renato Lage e o retorno de Wander Pires, a agremiação de Padre Miguel montou um grande espetáculo. O enredo exaltava os artistas do circo, e a difícil rotina itinerante responsável por levar sonhos e alegria para diversos cantos do mundo. A Mocidade incendiou o público da Avenida, mas acabou terminando em quarto lugar.

 

21. Boi da Ilha do Governardor, 2004: “Uni-Duni-Tê: Brincando, construí um mundo novo pra você”

Uma agremiação da Ilha do Governador que fez um desfile sobre os brinquedos. Não, não estamos falando da União da Ilha, nem de seu histórico desfile de 2014; estamos falando do Boi da Ilha do Governador, que em 2004, exatamente uma década antes, levou um desfile sobre os brinquedos e a importância de construir um mundo melhor a partir das brincadeiras e da diversão. Outra coincidência: o carnavalesco do Boi era Severo Luzardo, atualmente na tricolor insulana.

 

22. Caprichosos de Pilares, 2004: “Xuxa e seu reino encantado no carnaval da imaginação”

Mago Merlin gigante no Abre-Alas da Caprichosos carregando a recém-nascida Xuxa, em 2004.

“Batam palmas que ela já chegou! Em meu coração um ‘X’ marcou! Xuxa, eu te amo! Eu te amo, meu amor!”. Com esse refrão chiclete, a Caprichosos de Pilares grudou na cabeça de todos os amantes do carnaval (e até dos que não eram amantes). Mais uma vez, a Rainha dos Baixinhos, a Xuxa, foi homenageada na Sapucaí (a primeira foi a Cabuçu, em 1992).

 

23. Imperatriz Leopoldinense, 2005: “Uma delirante confusão fabulística”

Bateria da Imperatriz em 2005.

No desfile de 2005 da escola de Ramos, o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen foi o grande homenageado. O desfile da agremiação celebrou os 200 anos de nascimento do autor de históricos contos infantis atemporais, como “O Patinho Feio” e “A Pequena Sereia”. E graças aos encontros que só o carnaval pode fazer acontecer, Andersen não esteve sozinho nessa comemoração: nosso mestre da literatura infantil nacional, Monteiro Lobato, autor do também atemporal “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, foi para Avenida receber o autor da Dinamarca e prestigiá-lo. Ambos se notabilizaram e alcançaram êxito e sucesso na literatura infantil.

O enredo fez parte da série especial do Carnavalizados em homenagem ao Dia das Crianças, sobre enredos com a temática infantil. Para visualizar o conteúdo completo, acesse: http://carnavalizados.com.br/resenha-do-samba/serie-sete-enredos-com-a-tematica-infantil-imperatriz-2005/

 

24, 25 e 26. O ano dos enredos infantis: 2013

Comissão de Frente da Unidos de Lucas, em 2013. Foto: Reprodução YouTube / Carnaval Carioca

Em 2013, três escolas levaram enredos infantis para a Intendente Magalhães, através temas divertidos e lúdicos: no Grupo D, a Mocidade Independente de Inhaúma veio com o enredo “Lembranças da cinematografia infantil: Inhaúma, o Filme!”, do carnavalesco Luiz Oliveira, e retratava filmes infantis como “Toy Story”, “A Bela e a Fera”, “O Rei Leão” e “Aladdin”.

Já no Grupo B, a Unidos de Lucas apresentou o enredo “Livros de história infantil: páginas recheadas de fantasias, sonhos e imaginações. Uma viagem na Intendente Magalhães”, e tratava, como o nome extenso já sugere, uma viagem pela literatura infanto-juvenil. O enredo do carnavalesco Luiz Cavalcanthé também fazia refletir sobre a importância da leitura. A agremiação de Parada de Lucas conquistou o 6ª lugar.

Também no Grupo B, a Unidos da Vila Kennedy ficou logo atrás, na 7ª colocação, falando sobre as históricas brincadeiras da infância, como esconde-esconde, pique-pega, pular carniça, rodar pião, bola de gude e botão. O título do enredo era “Brincadeira de criança”, e o carnavalesco era Wenderson Silva.

 

27. União da Ilha, 2014: “É Brinquedo, é brincadeira: a Ilha vai levantar poeira”

Fábrica de Brinquedos: o abre-alas da União da Ilha.

Um verdadeiro enredo de criança feliz. Assinado pelo carnavalesco Alex de Souza, o desfile da União da Ilha do Governador de 2014 não levou o título, mas foi aclamado pela crítica e pelos amantes do Carnaval como um dos melhores desfiles do ano, recebendo muitos prêmios, inclusive o Estandarte de Ouro de Melhor Enredo.
O enredo fez parte da série especial do Carnavalizados em homenagem ao Dia das Crianças, sobre enredos com a temática infantil. Para visualizar o conteúdo completo, acesse: http://carnavalizados.com.br/noticias/serie-sete-enredos-com-a-tematica-infantil-uniao-da-ilha-2014/

 

28. Arame de Ricardo, 2015: “Tá de brincadeira?”

O enredo do carnavalesco Ney Junior faz uma viagem nos tempos de criança e trouxe de volta várias brincadeiras que marcaram a nossa infância.

 

29. Acadêmicos do Sossego, 2016: “O circo do menino passarinho”

Campeã do Grupo B em 2016, a escola de Niterói celebrou o centenário do poeta Manoel de Barros. A ideia do enredo, elaborado pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, foi uma homenagem ao ex-presidente da agremiação, Gustavinho, que faleceu pouco depois do carnaval de 2015. Segundo os carnavalescos, era um sonho do presidente que a Sossego fizesse um enredo que misturasse infância e natureza.

“Em homenagem ao centenário de Manoel de Barros,
o pantaneiro fazedor de amanhecer

Dedicado ao menino Gustavinho,
que pegou carona na lira e voou…;
que sonhou em ver, novamente, o “show da natureza” no Sossego.”

 

30. Renascer, 2016: “Ibejís – Nas brincadeiras de criança: os orixás que viraram santos no Brasil”

Renascer 2016. Foto: Alexandre Macieira / Riotur

Assinado por Jorge Caribé, o enredo da Renascer se aproveitou das brincadeiras de criança, de algodão doce, pirulitos e brigadeiros para saudar os orixás africanos que se transformaram nos santos protetores das crianças: São Cosme e São Damião.

 

31. Viradouro, 2017: “E todo menino é um Rei”

Abertura do desfile da Viradouro em 2017. Foto: Wigder Frota

Vice-campeã no Grupo de Acesso, a escola de Niterói falou sobre a pureza da juventude e a importância de permitir que a criança voe nas asas da sua imaginação através de brinquedos, brincadeiras e doces, e sonhe com a poesia da sua infância. Na sinopse, o carnavalesco Jorge Silveira afirma que “cada criança é um pequenino Rei e a ele pertence seu reino inventado: seu castelo multicolorido, que abriga a poesia viva de sua imaginação. É seu direito e dever exercer a realeza de ser criança”.

 

32. Feitiço do Rio, 2018: “Peça é gente no tabuleiro da Intendente”

A agremiação de Vila Isabel realizou seu primeiro desfile este ano, pelo Grupo E, conquistando um honroso sétimo lugar. Para 2018, a agremiação laranja e azul aposta no tema infantil para empolgar a Intendente Magalhães. O enredo assinado por sua Comissão de Carnaval (projeto por Thiago Santos, Daniel Guimarães e Renata Bulcão e executado por Daniel Guimarães e Elídio Jr.), falará sobre os históricos jogos de tabuleiro.

 

Por: Gabriel Cardoso e Claudio Rocha

Deixar uma resposta

Seu email não sera publicado. Campos obrigatórios *

*