Desfile Mangueira 2023 - Foto: Gabriel Cardoso/ Carnavalizados

Na primeira noite de desfiles, Mangueira vai bem e Grande Rio e Salgueiro brigam por vaga nas campeãs; Império Serrano emociona

A noite de domingo (19 de fevereiro) marcou a abertura oficial dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí. No total, seis escolas passaram pela passarela: Império Serrano, Grande Rio, Mocidade Independente, Unidos da Tijuca, Acadêmicos do Salgueiro e Estação Primeira de Mangueira.

Império Serrano faz desfile competente e emociona

O espetáculo teve início com o Império Serrano, que emocionou o público na Sapucaí ao homenagear Arlindo Cruz. O sambista desfilou na última alegoria, ao lado da esposa Babi. Além de familiares, vários artistas fizeram questão de marcar presença no desfile da escola da Serrinha: Regina Casé, Péricles, Marcelo D2, Hélio De la Peña foram alguns deles. Apesar do desfile competente, a agremiação deve brigar contra o rebaixamento mais uma vez.

Império Serrano 2023 -Foto: Gabriel Cardoso/ Carnavalizados

Grande Rio desfila leve, mas tem problemas técnicos

Atual campeã, a Acadêmicos do Grande Rio foi a segunda escola a desfilar, com uma homenagem a outro sambista, Zeca Pagodinho. A escola de Caxias retratou a vida no subúrbio, religiosidade e a trajetória do cantor e compositor. Mais uma vez os carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad impressionaram pela criatividade e riqueza de detalhes das alegorias e fantasias. A bateria de mestre Fafá também estava em noite inspirada, funcionando bem com o samba e garantindo um desfile leve e vibrante. Porém, a correria no último módulo e falhas pontuais na evolução podem tirar décimos preciosos da escola na briga pelo sonhado bicampeonato.

Grande Rio 2023 – Foto: Gabriel Cardoso/ Carnavalizados

Mocidade não empolga e comete muitos erros visuais

A Mocidade levou o legado de Mestre Vitalino e o Alto do Mouro para a Sapucaí, na estreia de Marcus Ferreira como carnavalesco da agremiação. A escola da Zona Oeste teve vários problemas de acabamento em suas alegorias e um samba que, apesar de bom no pré-carnaval, não empolgou o público. Destaque para a ótima bateria de Mestre Dudu: com cadência e andamento impecáveis, a Não Existe Mais Quente foi uma das melhores orquestras da noite.

Mocidade Carnaval 2023 – Foto: Gabriel Cardoso/ Carnavalizados

Tijuca desfila com alegorias danificadas e deve ficar de fora das campeãs

Quarta escola a desfilar, a Unidos da Tijuca apresentou a Baía de Todos os Santos. A grande surpresa ficou por conta da atriz Juliana Alves, antiga rainha de bateria, que surgiu como Iemanjá na Comissão de Frente e foi muito festejada pelo público. Embora o carnavalesco Jack Vasconcelos tenha acertado no desenvolvimento do enredo, a escola do Borel não teve boa exibição. A bateria Pura Cadência do Mestre Casagrande não estava na sua melhor noite e o samba, defendido por Wantuir e Wic Tavares, não rendeu. Os problemas de acabamento das alegorias também estavam muito visíveis. O último carro — que representava o Farol da Barra — teve problemas após colidir com um viaduto e ter a escultura completamente danificada, fator que praticamente tira o pavão da briga por uma vaga no Desfile das Campeãs.

Unidos da Tijuca Carnaval 2023 – Foto: Gabriel Cardoso/Carnavalizados

Salgueiro tem visual impressionante, mas peca em evolução

Quinta escola a desfilar, o Acadêmicos do Salgueiro sacudiu a avenida com o enredo Delírios de um paraíso vermelho, do carnavalesco Edson Pereira. Com um abre-alas de 98 metros, efeitos especiais, fontes de água, elementos cenográficos, a escola apresentou um visual deslumbrante e imponente em sua releitura do paraíso. No entanto, o gigantismo das alegorias prejudicou a evolução. Apesar dos erros, a ótima performance do carro de som e da bateria furiosa em estado de graça com sua rainha Vivianne Araújo devem garantir ao Salgueiro um lugar entre as seis para o desfile de sábado.

Salgueiro Carnaval 2023 – Foto: Gabriel Cardoso/Carnavalizados

Mangueira arrasta o povo e sonha com título

Encerrando a primeira noite de desfiles, a Mangueira manteve as arquibancadas do Sambódromo lotadas até o amanhecer. Com um samba apaixonante, uma bateria corretíssima explorando todos os ritmos da Bahia, além de belo conjunto de alegorias e fantasias, a escola sacudiu a Sapucaí e se colocou como forte candidata ao título de campeã do carnaval do Rio. O ponto alto foi a exibição do intérprete Marquinho Art’Samba: a chegada do intérprete Dowglas Diniz parece ter oxigenado o puxador, que teve exibição de altíssimo nível e sustentou o samba de forma brilhante.

Mangueira desfile 2023 – Foto: Gabriel Cardoso/ Carnavalizados

Nesta segunda-feira (20 de fevereiro) são esperadas mais seis escolas: Paraíso do Tuiuti, Portela, Vila Isabel, Imperatriz Leopoldinense, Beija-Flor de Nilópolis e Viradouro. A apuração acontece na quarta-feira, dia 22 de fevereiro.

 

 

 

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