G.R.E.S. IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
“MENINOS, EU VIVI… ONDE CANTA O SABIÁ, ONDE CANTAM DALVA E LAMARTINE”
Carnavalesca: Rosa Magalhães
A Imperatriz Leopoldinense vai homenagear o carnavalesco Arlindo Rodrigues, responsável pelo seu primeiro título no grupo especial. Para contar a trajetória do artista a escola vai mergulhar nas influências que resultaram nos seus principais desfiles.
Arlindo entrou jovem para o setor de cenografia e montagens do Theatro Municipal, onde conheceu Fernando Pamplona, que foi quem o apresentou aos bastidores das escolas de samba. Juntos, adicionaram elementos de espetáculos teatrais aos desfiles, o que transformou o carnaval.
Como carnavalesco, Arlindo Rodrigues inspirou-se nos espetáculos e artistas que passavam pelo teatro, dando na avenida um novo significado para temas que desenvolvia nos palcos. É a partir dessas influências que a Imperatriz pretende contar como Arlindo mudou os rumos do carnaval.
G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA
“ANGENOR, JOSÉ E LAURINDO”
Carnavalesco: Leandro Vieira
A Estação Primeira exibe orgulhosa o talento que aflora no morro da Mangueira. Angenor de Oliveira, José Bispo Clementino e Hélio Laurindo da Silva seriam três personagens comuns, mas decidiram escrever seus nomes na história como Cartola, Jamelão e Delegado.
A verde e rosa propõe um encontro com seu passado glorioso em uma homenagem à grandeza poética de Cartola, à voz potente e inconfundível de Jamelão e ao bailado irretocável de Delegado, mestre-sala que nunca tirou nota menor que 10.
Poesia, canto e dança formam, afinal, os pilares de uma escola de samba. A herança deixada por esses três moradores ilustres reverbera até hoje entre a comunidade mangueirense e diz muito sobre os talentos e o potencial de “pessoas comuns”.
G.R.E.S. ACADÊMICOS DO SALGUEIRO
“RESISTÊNCIA”
Carnavalesco: Alex Souza
“Ser preto é, acima de tudo, um ato de RESISTÊNCIA”. Essa frase norteia o enredo que o Salgueiro vai desenvolver no próximo carnaval. Mais que falar da cultura negra, a escola pretende mergulhar no debate da exclusão, do racismo, da histórica marginalização dos negros no Brasil.
Lembra, para tal, que o Rio de Janeiro foi a maior cidade escravista das Américas e que, mesmo sendo o palco da assinatura da Lei Áurea, não presenciou nenhuma ação capaz de incluir os escravos libertos na sociedade, o que tem consequências severas até os dias de hoje.
“Ser preto é ter que lutar diariamente por respeito” e resistir é lutar por sua própria história, negada por um falso discurso de uma democracia racial que é, na verdade, camuflada por eufemismos e hipocrisia.
A comunidade salgueirense vai dar o recado: resistir é plantar um legado; professar a fé; expressar a cultura; fazer arte; e festejar. Resistir é existir! Para garantir a existência, a vermelho e branco vem propor a resistência.
G.R.E.S. SÃO CLEMENTE
“MINHA VIDA É UMA PEÇA”
Carnavalesco: Tiago Martins
G.R.E.S. UNIDOS DO VIRADOURO
“NÃO HÁ TRISTEZA QUE POSSA SUPORTAR TANTA ALEGRIA”
Carnavalescos: Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira
Em 1919 o Rio de Janeiro viveu o maior carnaval de sua história: maior em expectativa; maior em explosão de alegria. No ano anterior as dúvidas sobre a realização da festa eram imensas. O mundo estava mergulhado na pandemia da Gripe Espanhola, que deixou um rastro de tristeza e medo na Cidade Maravilhosa.
O início dos festejos carnavalescos marcou a liberdade do nosso povo, a volta às ruas, o retorno à normalidade. “O carioca instaura a desforra da peste na primeira manhã de um carnaval”.
A Unidos do Viradouro quer, mais uma vez, virar a página da história. Depois de suportarmos mais de um ano de uma nova pandemia e ter nosso carnaval cancelado pela primeira vez, a escola de Niterói que tomar a avenida para promover uma nova era, em que tristeza alguma será capaz de conter a nossa felicidade.
Os carnavais de 1919 e 2022 vão se encontrar na Sapucaí em uma incontrolável explosão de alegria.
G.R.E.S. BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS
“EMPRETECER O PENSAMENTO É OUVIR A VOZ DA BEIJA-FLOR”
Carnavalesco: Alexandre Louzada
Empretecer o pensamento é a proposta da Beija-Flor para valorizar a contribuição intelectual negra para a construção de um país mais africano. A escola questiona o reconhecimento e respeito dos saberes greco-romanos, ao mesmo tempo em que há uma desconsideração do conhecimento de raízes africanas.
Imagens estereotipadas da África e estruturas coloniais racistas desprezam a riqueza intelectual, o legado e a diversidade dos povos, razão da necessidade de empretecer o pensamento para enxergarmos novos caminhos para o futuro.
A diáspora do pensamento negro estabeleceu heranças africanas em diferentes povos e territórios, o que não impede as constantes tentativas de silenciamento e apagamento. Costurar os saberes de origem negra é fundamental para a construção de identidade e para ressignificar a sociedade. Há de se tirar os personagens negros das frestas e lhes dar protagonismo, espalhando seus saberes ancestrais.
G.R.E.S. PARAÍSO DO TUIUTI
“KA RÍBA TÍ YE – “QUE NOSSOS CAMINHOS SE ABRAM” – O TUIUTI CANTA HISTÓRIAS DE LUTA, SABEDORIA E RESISTÊNCIA NEGRA!”
Carnavalesco: Paulo Barros
O Tuiuti vai colher histórias de luta, sabedoria e resistência negra, para exaltar aqueles que abriram nossos caminhos. Uma homenagem aos pretos, homens e mulheres que marcaram a história da humanidade.
A escola vai buscar as vozes que se levantaram no passado e ecoam no presente, para nos ensinar os fundamentos que nos encantam e sustentam nossas escolhas.
G.R.E.S. PORTELA
“IGI OSÈ BAOBÁ”
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage
A Portela vai levar para a Avenida o Baobá, árvore sagrada, testemunha do tempo. Nas raízes da árvore da vida está fincada nossa ancestralidade; seu tronco é um templo que expressa religiosidade e sua grandiosidade une o céu e a terra.
Considerada por alguns biólogos como a árvore mais antiga da Terra, o baobá é nativo da África e o desfile da Portela tende a explorar a forte ligação dos povos africanos com a planta, bem como a força da herança negra semeada no Brasil, através dos ritos, da resistência, da resiliência e das manifestações culturais: as raízes e os frutos; isto é, os antepassados e os registros do nosso tempo. “O samba respira como um velho Baobá.”
G.R.E.S. MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL
“BATUQUE AO CAÇADOR”
Carnavalesco: Fábio Ricardo
A Mocidade aposta em um enredo muito desejado por sua comunidade, uma reverência a Oxóssi, padroeiro, protetor de seu pavilhão. Rei da floresta, Oxóssi é o orixá da caça e da vida selvagem. Com suas armas, o arco e a flecha, simboliza a fartura com o combate à fome e à miséria.
A estrela guia de Padre Miguel pretende contar o mito de Oxóssi, o sincretismo de seu culto, os festejos e os batuques que lhe servem de adoração, seja um toque de luta, de festa ou mesmo o ritmo da Bateria Não Existe Mais Quente, reverência a seu santo protetor.
G.R.E.S. UNIDOS DA TIJUCA
“WARANÃ – A REEXISTÊNCIA VERMELHA”
Carnavalesco: Jack Vasconcelos
A Unidos da Tijuca vai explorar as lendas em torno do Guaraná, fruto amazônico com gostinho de Brasil, de onde se extrai um elixir para longa vida aos povos da floresta. O fruto vermelho, com aspecto que lembra um olho, é cercado de lendas indígenas, que falam sobre união e ancestralidade.
A escola vem contar que os filhos do guaraná, peles vermelhas do Brasil, são capazes de reexistirem encantados nas matas. Em um ciclo de eterna renovação, quando as crianças bebem seu guaranã, são a prova de que o espírito do amor é muito maior que o ódio semeado por Yurupari, cujos filhos-demônios não param de semear o caos por desmatamentos e queimadas.
G.R.E.S. ACADÊMICOS DO GRANDE RIO
“FALA, MAJETÉ! – SETE CHAVES DE EXU”
Carnavalescos: Gabriel Haddad e Leonardo Bora
Exu é o enredo da tricolor de Caxias. Entidade espiritual para a umbanda, uma das maiores divindades dentre os orixás para o candomblé, Exu é múltiplo: muitas interpretações, múltiplos nomes e múltiplas faces.
A Grande Rio pretende jogar luz sobre a diversidade em torno da potência religiosa que Exu representa.
G.R.E.S. UNIDOS DE VILA ISABEL
“Canta, Canta, Minha Gente! A Vila é de Martinho!”
Carnavalesco: Edson Pereira
A Unidos de Vila Isabel vai exaltar a vida e a obra de Martinho da Vila, o filho de Duas Barras, adotado pelas terra de Noel e que dela fez seu nome; com ela, construiu sua história e identidade.
A escola propõe uma festança para o seu Rei Negro, uma celebração à ancestralidade e negritude. Químico, sargento do exército, nada disso pode abafar o samba que fazia desde cedo pelo Morro dos Macacos e que o faria um nome de sucesso na música popular brasileira.
Os tempos de caserna não contaminaram suas ideias, mantendo-se firme na luta pela democracia e liberdade. O combate ao preconceito e a estreita relação com a África não vão ficar de fora. O idealizador da Kizomba conquistou Angola e mostrou, por aqui, que samba e semba falam a mesma ginga, a mesma história, crescem de uma mesma raiz. O poeta negro repleto de memórias é o Griô da Vila, que vai contar orgulhosa a história do rei Martinho.