A segunda noite de desfiles das escolas de samba da série ouro enfrentou atrasos e tinha a previsão de início às 21h, horário que não foi seguido. O espetáculo a céu aberto se deu início com 1 hora de atraso.
União de Jacarepaguá adentrou com o enredo “Manuel Congo, Mariana Crioula, os heróis da liberdade no baile do café”, dos carnavalescos Lucas Lopes e Rodrigo Meiners, começando com bastante emoção e impacto, mas sofrendo logo em seguida com um enorme buraco causado pelos problemas com o carro abre-alas. Uma pena que a dificuldade com as alegorias seguiu no segundo carro, prejudicando o conjunto da apresentação. Uma grata surpresa foi a ala das baianas composta por mais de 100 integrantes.
A representante da baixada Unidos da Ponte chegou mostrando que chegaria para disputar o caneco e esquentou seus componentes com um clássico, seu enredo Oferendas. O intérprete Kléber Simpatia, que é oriundo do carnaval capixaba, fez um discurso emocionado, agradecendo a possibilidade de estarmos realizando a festa sem restrições. A comissão de frente foi composta apenas por mulheres e foi um show à parte.
A Unidos de Bangu contou com uma forte torcida nas arquibancadas. Logo no início, um grande susto: o carro abre-alas apresentou dificuldades para acoplar entre os dois chassis que compunham a alegoria. Os diretores perderam bastante tempo na tentativa de solucionar essa questão. O desfile seguiu, mas no meio da pista a solução encontrada foi desfeita e o carro se dividiu. A agremiação apresentou um número maior de alegorias.
Em questão de emocionar, a Em Cima da Hora foi pontual, trouxe o samba-enredo “Os Sertões” para o seu esquenta e empolgou seus componentes, mas não o suficiente para manter o nível do início ao fim. A Comissão de frente apresentou uma coreografia forte e objetiva, as bailarinas vieram amordaçadas. Uma grande ala de ciganos fechou o desfile, o que causou bastante estranheza, pois não constava no roteiro.
A Porto da Pedra chegou já querendo apresentar seu carnaval e que é uma escola especial, a agremiação escolheu para seu esquenta o samba-enredo “um carnaval dos carnavais -1996” sua estreia na elite do carnaval carioca. Levantou a arquibancada do setor 1 e principalmente seus componentes. O carnaval correto e na medida certa fez com que a escola pisasse firme na avenida.
A União da Ilha do Governador trouxe uma linda e justa homenagem à sua madrinha Portela, a tradicional escola de Oswaldo Cruz e Madureira que está completando 100 anos de existência em 2023. A afilhada pediu licença para a sua “dindinha” e fez um trabalho correto e emocionante. Belas e imponentes fantasias foram apresentadas e o capricho nas alegorias foi um ponto alto da escola.
Já amanhecendo, a Império da Tijuca surge imponente, guerreira e empoderada. O enredo “Cores do Axé” se confunde com a própria história da escola. Os componentes se reconhecem no enredo e fizeram fluir a apresentação da agremiação. O ponto alto foi o detalhe e o capricho nas fantasias, simplesmente impecável. A comissão de frente não fez uso do tripé e deu um show de abertura. Apesar de ter sido bastante prejudicada pelo atraso nos desfiles, a Império foi tão guerreira que nem esse contratempo tirou o brilho de sua passagem na avenida.
Quando a Inocentes de Belford Roxo entrou na avenida já tínhamos um atraso de mais de 2 horas. Às 6 da manhã, o início da escola foi prejudicado pelas cores utilizadas no seu primeiro setor, claramente pensadas para um desfile noturno. A comissão de frente predominante feminina mostrou a força da mulher. Faltou emoção no conjunto, muito do cansaço dos componentes devido a tanta espera.
Como balanço final, chega o questionamento de tornar possível um grupo e um subgrupo de escolas da Liga RJ, já que o desequilíbrio nos conjuntos das agremiações deixam claro aquelas com condições reais de disputar um campeonato e as escolas que brigam na luta contra o rebaixamento.
Assim, surgem como favoritas ao título: UPM, São Clemente, Unidos do Porto da Pedra, União da Ilha e Império da Tijuca. É possível o rebaixamento permear entre União de Jacarepaguá e Acadêmicos de Niterói.
Por: Patryck Deimon e Raffah Bahiano.