FICHA TÉCNICA
Presidente: | Antônio Marcos Teles (Tê) |
Carnavalesco: | Jorge Caribé |
Diretor de Carnaval: | Luan Teles |
Diretor de Harmonia: | João Vieira |
Intérprete: | Daniel Silva |
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: | Renan Oliveira e Gleice Simpatia |
Mestre de Bateria: | Jordan, Júlio e Paulinho |
Rainha de Bateria: | Laynara Telles |
Comissão de Frente: | Junior Scapin |
Classificação em 2018: | 7º Lugar |
Classificação em 2017: | 7º Lugar |
Classificação em 2016: | 7º Lugar |
Títulos: | Especial: 0 |
Série A: 4 (1964, 1970, 1976, 2013) | |
Série B: 2 (1979, 2006) | |
Enredo 2019: | Império do Café, o Vale da Esperança |
SINOPSE: |
Após longa travessia pelos oceanos, centenas de milhares de Africanos desembarcam nos Portos do Rio de Janeiro, Paraty, Mangaratiba e Cabo Frio. Seu destino, o Vale do Café Sul Fluminense. A pé, enfrentando todas as intempéries climáticas, marcham sobre sol e chuva, pés descalços e com fome, rumo ao grande Vale de terras férteis, verdes matas, mas também de dor e escravidão; lar de seus lamentos, sua labuta e saudade. Assim o negro chega ao Vale do Paraíba, posteriormente conhecido como o Vale do Café. Esse plantado e colhido por mãos escravas.
“O Nêgo tá cansado de trabaiá… Trabaia… Trabaia Nêgo…”
Graças a sua chegada e ao ouro negro por eles cultivado, nasce uma áurea e aristocrática sociedade escravagista com toda pompa, luxo e alta cultura, como deveria ser uma próspera sociedade nobiliárquica rural.
O Vale é tomado por arte em forma de concertos, óperas, poesias, festas, ourivesaria, valsas, polcas, saraus… Corte; oriundos do escorrer do sangue vermelho/negro a banhar cafezal. Mas, assim como esta sociedade branca escravocrata introduzia em seus costumes a cultura europeia, o negro africano miscigenava sua herança cultural com a da nova terra…
“Foi na beira do rio, Aonde Oxum chorou… Chora iê iê ô, Chora os filhos seus…” (Ponto de Oxum)
Assim brota a pluralidade que encontramos hoje em nosso Vale com ritmos sincopados em seus lundús, maxixes, jongos, figurinos multicores. Exú, Obaluaiyê, Ogum, Oxumarê, Iroko, Iansã, Xangô, Obá, Oxóssi, Logun Edé, Ossain, Oxalá, Oxum, Yemanjá, Nanã, Ybeji, coloridas e poderosas divindades da natureza e a crença em ervas, rezas e benzedeiras, força da raça que não se deixou intimidar com a chibata algoz de seus senhores.
“Na hora em que a terra dorme,
enroladas em frios véus,
eu ouço uma reza enorme
enchendo o abismo dos céus…”
(Castro Alves)
O Vale se transformou… O cafezal virou cidade, a história e o turismo e a dor de outrora, poeira ao vento. A cultura se expande sobre a influência de imigrantes que vieram atrás do sonho dourado nas terras Sul Fluminense, pisando em chão negro e magicamente gerar filhos genuínos brasileiros, resultantes da mistura de raças.
Nasce o novo dono do Vale…
Sua arte é múltipla! Nela destacam-se o jongo, calango, maculelê, caninha verde, capoeira, sociedades musicais, Folias de Reis, viola sertaneja, choro, serestas, orquestras, balé, canto lírico, artes plásticas e o samba onde sua origem se dá nos Quilombos das Serras Fluminenses e cantado por sua filha maior, Clementina de Jesus.
“Não cadeia Clementina… Fui feita pra vadiá…” ( Clementina de Jesus)
O artesanato e a culinária somados a todas essas manifestações artísticas e folclóricas atraem turistas do mundo inteiro, gerando renda e progresso.
Na religiosidade encontramos as quermesses e novenas dedicadas aos Padroeiros de cada Altar Matriz com seus belíssimos jardins aos pés. N. S. da Conceição, N. S. da Guia, N. S. da Glória, São Sebastião, N. S. da Piedade, Santa Teresa D’Ávila, Santana, N. S. da Soledade, São Pedro e São Paulo, Santo Antônio e Santa Cruz, formam a Ciranda de fé que cada cidade ostenta como seus protetores. No entorno desses altares em ouro com seus anjos barrocos, os terreiros de Umbanda e Candomblé com seus pés descalços e o ocultismo místico, curam, rezam e Benzem ao som de atabaques e pontos mágicos; herança negra com seu sincretismo cultural.
“A Treze de Maio, Na Cova da Iria, No Céu Aparece, A Virgem Maria…” (Hino Católico)
Hoje o Vale é pecuário, agronegócio. Festa de Peão e rodeio. Muito do que consumimos nas grandes cidades foram sementes e embriões enraizados em pastagens que outrora, foram antigos cafezais.
A indústria de minério, têxtil, automobilística, o comércio em grande escala fazem do Vale hoje, uma máquina próspera e de grande renda que emprega seus filhos e cria oportunidades de crescimento sócio urbano.
A educação é presente nas redes Municipais e Estaduais com ensino público de qualidade, assim como uma infinidade de escolas particulares com propostas educativas de grande relevância. Universidade e Faculdades são um capítulo à parte devido a infinidade de cursos oferecidos. No Vale encontramos o grande Hospital Escola Severino Sombra que atende toda a população não só da região como de vários municípios do Grande Rio.
O Vale possui a sua rede de TV própria que reflete ao mundo a beleza do Vale do Café, gerando notícias e programas que mostram o seu povo com toda a sua diversidade cultural. A TV Rio Sul como grande agente divulgador da cultura do Vale do Paraíba Sul Fluminense e Sul do Estado do Rio de Janeiro.
Passando todos esses anos desde a chegada do negro em nossa região, a Império da Tijuca traz para a Avenida Marquês de Sapucaí esse lindo rosário de pérolas em que cada município do Vale do Café, colore sua conta com o que seu povo tem de mais puro e belo, o AMOR!
Fernando A. Portugal – Diretor Cultural
SAMBA-ENREDO | |
Compositores: | Diego Nicolau, Pixulé, Braguinha Cromadinho, Jota e Tinga |
Ventos de dor os trouxeram pra cá
Fé que guiou o destino de tantos
Africanos destinados à saudade
Sol e chuva, a tristeza como par
Nego tá cansado, nego tem que trabaiá
O ouro negro enraíza a escrava lida
E faz o áureo poder deixar o breu
A boa música valsava em poesia
Enquanto o ébano sangue escorreu
Tem batuque, jongo, capoeira
Na mandinga da vovó benzedeira
No terreiro firma o ponto, gira dos meus orixás
Força da fé que dobra o capataz
Ah, passou o tempo, o vale se transformou
A imigrante mágica misturou
Fez renascer a esperança dessa gente
Mãos calejadas fazendo arte
E um aroma de enlouquecer
Unem-se à folclórica verdade
Tanta gente veio conhecer
A luz que protege a alma
À cruz, peço pra me guiar
Se hoje é agronegócio que traz o progresso
O povo agradece e vem cantar
Desce o Morro da Formiga
Meu Império da Tijuca vai à luta
Traz o Vale do Café, negritude de valor
Num lindo rosário de amor