Na última semana foi realizado no Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) o II Seminário Carnaval em Andamento, que reuniu diversas pesquisas acadêmicas com temas ligados ao carnaval, em mesas-redondas e sessões de comunicação. Quem ficou ligado no CARNAVALIZADOS pôde acompanhar a transmissão ao vivo de muitas das apresentações que enriqueceram o evento.
Foram 43 comunicações divididas em 10 sessões e 5 mesas-redondas compostas por 24 pesquisadores, em um total de 67 trabalhos acadêmicos em andamento ou recém concluídos. Um lugar de reflexão sobre a história, o futuro e os caminhos percorridos pela mais importante manifestação popular e artística do Brasil.
A diversidade dos temas abordados desvenda os diferentes olhares e áreas de estudos que podem se dedicar à valorização deste patrimônio festivo, que movimenta paixões e uma imensa cadeia produtiva. O carnaval, afinal, vai muito além do canto, da dança e da euforia nas ruas e espaços de desfile. A festa carrega uma infinidade de simbolismos da multiplicidade cultural brasileira, traduz pesquisa em arte, gera milhares de empregos e renda, o que resulta em um considerável impacto na economia de diferentes cidades do país.
Eventos como o Seminário Carnaval em Andamento iluminam um objeto de pesquisa que ainda luta por espaço no meio acadêmico, principalmente quando nos distanciamos dos cursos dedicados ao estudo das artes e cultura. Uma festa que movimenta 3 bilhões de reais só no Rio de Janeiro tem imenso potencial para investidas científicas de cursos como economia, engenharia dos métodos de produção dos desfiles, marketing, design, publicidade e propaganda, turismo, dentre tantas outras áreas que ainda não abriram suas portas para a investigação da riqueza que o carnaval agrega.
Quando os microfones são abertos ao debate com quase 70 pesquisadores empenhados em investigar as minúcias do carnaval, nos colocamos diante de desbravadores. Estudiosos que decidiram romper a valorização do erudito dentro do ambiente acadêmico em favor da construção de reconhecimento e relevância para o que temos de mais popular.
Dentre eles, alguns carnavalescos estiveram presentes com seu material de trabalho. A pesquisa, afinal, é a parte fundamental no desenvolvimento de um desfile, o que faz do carnavalesco um cientista por excelência.
A entrada do carnaval em museus, universidades e escolas é uma conquista inestimável. Representa a qualificação da cultura popular como lugar de encontro, estruturação, manifestação e reivindicação do nosso povo. Eventos como o realizado pelo Instituto de Artes, Núcleo de Cultura Popular e Centro de Referência do Carnaval da UERJ reforçam os espaços que o carnaval pode ocupar na cultura, na literatura e na sociedade como um todo.
O CARNAVALIZADOS acompanhou a realização do evento com orgulho de ver a produção do saber em torno da paixão que nos une. Em nossa página no Facebook é possível ver e rever muitas das apresentações que aconteceram nos dois dias de seminário.
O II Seminário Carnaval em Andamento aconteceu no Instituto de Artes da UERJ nos dias 21 e 22 de novembro, com a coordenação geral de Felipe Ferreira e João Gustavo Melo; coordenação adjunta de Ricardo José de Oliveira Barbieri; coordenação acadêmica de Maximiliano Marques; coordenação de comunicação de Tiago Ribeiro; e coordenação de divulgação de Leonardo Antan.
Confira as imagens do Seminário:
Mesa 1 – Mediador: Prof. Dr. Felipe Ferreira (PPGARTES -UERJ) e participação da Prof. Maria Laura Cavalcanti (UFRJ)
Mesa 2 – Mediador: Prof. Dr. Fred Góes – UFRJ
Mesa 3 – Mediador: Prof. Dr. Marcelo Campos (PPGARTES – UERJ)
Mesa 4 – Mediador: Prof. Dr. Felipe Ferreira (PPGARTES – UERJ)
Mesa 5 – Mediador: Prof. Dr. Miguel Brigida (UFPA)
Sala de Comunicações – Mediadora: Danielle Kiffer (UFRJ)