Rosa Magalhães uma das mais importantes artistas brasileiras contemporâneas - Foto: Gabriel Cardoso/ Carnavalizados

Morre Rosa Magalhães aos 77 anos no Rio, a carnavalesca com mais títulos no Sambódromo

Rosa Magalhães, carnavalesca com mais títulos no Sambódromo do Rio de Janeiro, morreu na noite desta quinta-feira (25), aos 77 anos. Ela foi vítima de um infarto fulminante. É a maior detentora de títulos ao longo de mais de cinco décadas de Carnaval, nos anos de 1982 (antes do Sambódromo), 1994, 1995, 1999, 2000, 2001 e 2013.

Iniciando sua trajetória como assistente em 1970 no Salgueiro, Rosa viu a escola se consagrar campeã no ano seguinte. Em 1982, ganhou seu primeiro título como carnavalesca no Império Serrano, junto com Lícia Lacerda, com a apresentação “Bum bum paticumbum prugurundum”.

Em 1987, ao lado de Lícia Lacerda, Rosa fez sucesso com “Ti-ti-ti do sapoti” na Sapucaí, levando a Estácio ao quarto lugar.

Para além do Carnaval, Rosa também recebeu um prêmio Emmy na categoria de figurino por seu trabalho na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, sediados no Rio de Janeiro.

Cinco anos depois, com a morte de Viriato Ferreira, Rosa passou a assinar sozinha o carnaval da Imperatriz Leopoldinense. A carnavalesca fez história na escola, conquistando cinco títulos (1994, 1995, 1999, 2000 e 2001).

O último título foi em 2013, na Unidos de Vila Isabel. Em 2023, Rosa foi carnavalesca no Paraíso do Tuiuti, conquistando o oitavo lugar.

A carnavalesca também venceu um prêmio Emmy na categoria figurino pelo trabalho na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Já em 2016, ela foi responsável pela cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio. A festa teve Martinho da Vila cantando “Carinhoso” e muito samba. Rosa também trabalhou como cenógrafa de várias novelas e séries da TV Globo.

Início no Carnaval

Artista plástica, com três graduações — pintura, cenografia e indumentária —e ex-professora da Escola de Belas Artes da UFRJ, Rosa entrou para o mundo do samba em 1970, levada pelas mãos do então professor Fernando Pamplona para o Salgueiro. Ela se formou nessa “academia”, junto com Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Maria Augusta e Lícia Lacerda. Na época, Laíla era o diretor de harmonia.

E foi com este primeiro trabalho, como uma das assistentes de Pamplona, que Rosa conquistou seu primeiro título, no Carnaval de 1971. Foi quando o Salgueiro começou a fazer um Carnaval diferente, exaltando a cultura negra, com o enredo “Festa para um rei negro”.

Assinou seu primeiro carnaval no Império Serrano

Em 1982, quando assinou seu primeiro Carnaval com a amiga Lícia Lacerda, no Império Serrano, Rosa conta que brigou muito. Mas conseguiu se impor e conquistou seu primeiro campeonato como carnavalesca.

A dupla Rosa e Lícia ainda fez um dos mais memoráveis carnavais da Estácio de Sá, o “Ti-ti-ti do sapoti”, em 1987. Quando Lícia se mudou para os Estados Unidos, Rosa seguiu sozinha e fez mais dois enredos para a Estácio.

Época de Ouro 

A época de ouro da carnavalesca aconteceu entre 1994 e 2001, quando conquistou nada menos do que cinco dos oito campeonatos da Imperatriz Leopoldinense, incluindo o primeiro tricampeonato da Era Sambódromo (1999, 2000 e 2001). Na Imperatriz Rosa realizaria carnavais inesquecíveis como “Marquês que é marquês do saçarico é freguês” (vice-campeã, 1993), “Catarina de Médicis na corte dos Tupinambôs e Tabajeres” (campeã, 1994), “Mais vale um jegue que me carregue que um camelo que me derrube, lá no Ceará” (bi-campeã, 1995), “Leopoldina, Imperatriz do Brasil” (vice-campeã, 1996), “Quem descobriu o Brasil, foi seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval” (campeã, 2000) e “João e Marias” (6º lugar, 2008) entre tantos outros.

Consagrando-se como a maior campeã do Sambódromo com seis títulos conquistados, e uma das mais importantes artistas brasileiras contemporâneas.

Viva Rosa Magalhães! Viva nossa professora! – Foto: Gabriel Cardoso/ Carnavalizados

Viva Rosa Magalhães! Viva nossa professora!

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