Foto: Pablo Sander

Sonho frustrado em Caxias: Grande Rio sofre com quebra de sua última alegoria e é rebaixada para a Série A

A Grande Rio sonhava alto e veio pronta para realizar. No início do seu projeto para o carnaval 2018 contratou o badalado casal de carnavalescos, Renato e Márcia Lage, depois de permanecerem por quinze anos na Acadêmicos do Salgueiro.

Com o enredo Vai para o trono ou não vai?, a Escola de Caxias preparou uma grande homenagem ao ícone da comunicação, Abelardo Barbosa, o Chacrinha.

Na concentração dava para ter uma ideia do que viria pela frente. Fantasias e alegorias muito coloridas e bem acabadas. Promessa de sucesso.

A exibição começou com a Comissão de Frente do casal Priscilla Motta e Rodrigo Neri, trazendo um lar brasileiro da década de 80 para a Sapucaí. Um grande televisor de tubo com uma família a tentar sintonizá-lo e a interagir completamente com a tela. Bailarinos e bailarinas conversando com as imagens, entrando e saindo da programação. Coreografia finalizada com a saída do próprio Chacrinha de dentro da TV para apresentar seu show ao maior auditório, as arquibancadas e camarotes da Marquês. Muito bacalhau foi atirado à plateia pelo Velho Guerreiro.
O Abre-Alas nos remeteu não só a um momento da história da televisão brasileira, mas a um período marcante do carnaval. Em tempos de Led, mas com um enredo fincado na década de 80, a dupla de carnavalescos pode reviver uma fase que encantou uma geração. O excesso de luz neon lembrou o Lage que deixou uma identidade e títulos na Mocidade Independente. A homenagem a um personagem tão pop, colorido, misturado de influências visuais permitiu uma viagem colorida, leve e iluminada à proposta da Grande Rio.

Após um primeiro setor voltado a falar sobre a própria televisão como meio de comunicação com as massas, a segunda parte do desfile trata dos programas apresentados por Abelardo, até chegar à famosa “Discoteca do Chacrinha”, que dá nome ao segundo carro.

No setor “A Buzina do Chacrinha” os carnavalescos trazem a relação do homenageado com os calouros. O carro deste trecho é o “Levando o Troféu Abacaxi”, que relembra justamente a disputa pelo título nos concursos promovidos no programa.

O quarto setor perdeu as cores para voltar à TV em preto e branco, com um carro voltado à luta pela liderança de audiência. A esse se seguiu a quinta parte do desfile, onde a Escola voltou um pouco mais no tempo, chegando ao período do rádio, com o “Cassino do Chacrinha” como tema da quinta alegoria.

A tricolor de Caxias fazia uma apresentação para disputar o título. Conjunto alegórico e fantasias de muito bom gosto; bateria Invocada, comandada pelo mestre Thiago Diogo, mantendo um bom peso rítmico; e um Emerson Dias no carro de som, com seu talento e animação característica, a transformar um samba não tão aclamado em pura empolgação. Da concentração as notícias não seguiam o roteiro esperado.

Foto: Pablo Sander

Um problema com a última alegoria a impediu de sequer chegar próximo à entrada da Passarela do Samba. A lateral do carro bateu no meio-fio e encalhou o sonho de um campeonato. Buracos foram abertos, a Escola deixou de evoluir e todas as tentativas de rebocar o carro foram frustradas. A ausência prejudica o enredo, além de ter criado problemas na evolução e harmonia. Fora isso a Escola ainda ultrapassou o tempo em cinco minutos, o que também resultou em penalidades. Uma infelicidade que não gostamos de ver no carnaval.A Grande Rio foi a 12ª colocada no Carnaval 2018.

Confira as imagens do desfile 2018:

Foto: Pablo Sander

Foto: Pablo Sander

Foto: Pablo Sander

Foto: Carnavalizados

Foto: Pablo Sander

Foto: Pablo Sander

Foto: Carnavalizados

Foto: Pablo Sander

 

Por: Ruan Rocha, Gabriel Cardoso, Pablo Sander e Cristina Frangelli

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