Salgueiro Carnaval 2024 - Foto: Maria Lima/Carnavalizados

Parceria de Pedrinho da Flor vence disputa de samba-enredo no Salgueiro 2024

O Acadêmicos do Salgueiro escolheu na madrugada desta quinta-feira (12) seu samba-enredo para o carnaval 2024.  A parceria campeã foi a dos compositores Marcelo Motta, Pedrinho da Flor, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon Via13 e Ralfe Ribeiro.

A cúpula da LIESA, encabeçada pelo presidente Jorge Perlingeiro, o vice-presidente executivo Hélio Motta e o diretor de Marketing, Gabriel David, também marcou presença.

Sobre a disputa de samba-enredo:

A primeira das três parcerias finalistas subiu ao palco por volta das 2h45. Cada obra contou com 25 minutos de apresentação. Não faltou animação por parte das torcidas, que mantiveram a quadra lotada durante todo o evento. 

O presidente André Vaz destacou, antes do anúncio, que a disputa deste ano foi muito acirrada e que belíssimas obras foram apresentadas pelos compositores da Academia.

“Hoje é um dia muito especial para a gente, para a nossa comunidade do Salgueiro, os torcedores do Salgueiro. Hoje é dia 12 de outubro, dia das crianças, dia de Nossa Senhora Aparecida. E ela vai nos guiar para o Carnaval 2024, para que a gente possa fazer um bom desfile. Do jeito que o Salgueiro merece, que a comunidade, os seguimentos, os torcedores merecem, para que a gente possa alcançar essa décima estrela tão sonhada. Quero agradecer aos 23 sambas escritos, que nos trouxeram alegria em vários sábados aqui na nossa quadra. Foi uma disputa muito difícil pra gente votar. Vários sambas impactantes”.

Das 23 obras inscritas, a escolhida pela comissão julgadora e aclamada por unanimidade pela comunidade, foi a composição escrita por Pedrinho da Flor, Marcelo Motta, Arlindinho Cruz, Renato Galante, Dudu Nobre, Leonardo Gallo, Ramon  Via13, Ralfe Ribeiro.

Cada compositor campeão recebeu das mãos de Davi Kopenawa, o troféu Omama, inspirado no Oscar, a estatueta retrata a imagem de um guerreiro Yanomami, feita em cerâmica, sem ouro, pelos próprios Yanomamis.

A Vermelha e Branca da Tijuca terá como enredo “Hutukara”, do carnavalesco Edson Pereira. Na língua yanomami, hutukara significa “o céu original a partir do qual se formou a terra”.

Confira a letra do samba campeão:

“É HUTUKARA! O chão de Omama
O breu e a chama, Deus da criação
Xamã no transe de yakoana
Evoca Xapiri, a missão…

HUTUKARA, ê! Sonho e insônia
Grita a Amazônia, antes que desabe
Caço de tacape, danço o ritual
Tenho o sangue que semeia a nação original
Eu aprendi português, a língua do opressor
Pra te provar que meu penar também é sua dor
Falar de amor enquanto a mata chora, (bis)
É luta sem Flecha, da boca pra fora!

Tirania na bateia, militando por quinhão,
E teu povo na plateia, vendo a própria extinção
“Yoasi” que se julga: “família de bem”, (bis)
Ouça agora a verdade que não lhe convém:

Você diz lembrar do povo Yanomami em dezenove de abril,
Mas nem sabe o meu nome e sorriu da minha fome,
Quando o medo me partiu
Você quer me ouvir cantar em Yanomami pra postar no seu perfil
Entre aspas e negrito, o meu choro, o meu grito, nem a pau Brasil!
Antes da sua bandeira, meu vermelho deu o tom
Somos parte de quem parte, feito Bruno e Dom
Kopenawas pela terra, nessa guerra sem um cesso,
Não queremos sua “ordem”, nem o seu “progresso”

Napê, nossa luta é sobreviver!
Napê, não vamos nos render!
YA TEMI XOA! aê, êa! (bis)
Meu Salgueiro é a flecha
Pelo povo da floresta
Pois a chance que nos resta
É um Brasil cocar!”

 

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