Carnaval 2025 - Foto: Fernando Tribino/Carnavalizados

Carnaval 2025: conheça os enredos das escolas de samba do Grupo Especial do Rio

As 12 escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro já escolheram seus enredos para o carnaval de 2025. Os desfiles acontecerão nos dias 02, 03 e 04 de março, na Avenida Marquês de Sapucaí.

É isso mesmo. Você leu certo: os desfiles acontecerão em três dias. Uma novidade que a Liesa apresentou aos presidentes e foi aprovada por unanimidade em plenária realizada no mês de maio. Em 2025, teremos essa e mais tantas outras novidades que ainda tramitam para votação.

Enredos afro em evidência

Voltando a falar dos enredos, os temas ligados a cultura afro serão abordados por quase 80% das agremiações: dez das doze escolas exaltarão a negritude, como temática principal ou como fio condutor da narrativa do enredo. Uma tendência nos últimos anos e que se acentua ainda mais para o ano que vem, em função do bom desempenho dos desfiles com essa temática na pista.

Veja abaixo um pouco desse universo que será levado pela alta patente do Carnaval para a Marquês de Sapucaí em 2025:

Unidos de Padre Miguel

Carnavalescos: Alexandre Louzada e Lucas Milato

O boi vermelho da Vila Vintém que retorna ao Grupo Especial com o enredo “Egbé Yá Nassô”, contará a trajetória da africana Iyá Nassô e do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, na Bahia, conhecido como o mais antigo templo afro-brasileiro ainda em funcionamento. Em forma de homenagem àquela que é considerada a Iyá de todos os Ilês, a Mãe de todos os terreiros. Sua história será contada e celebrada com alegria, pois seu legado vive em cada toque dos atabaques, em cada dança sagrada, em cada gesto de devoção aos Orixás, para que sua luz continue a guiar os passos daqueles que buscam a verdadeira essência da fé e da ancestralidade.

Unidos do Viradouro

Carnavalesco: Tarcísio Zanon

Sobô Nirê Mafá! De longe ouvi me chamar… A fumaça me trouxe até aqui!

Time que está ganhando não se mexe. A Viradouro manteve 100% do seu time e vai em busca do bicampeonato com o enredo “Malunguinho. O mensageiro dos três mundos”. A escola vai falar de um líder quilombola que se tornou uma entidade afro-indígena.

Imperatriz Leopoldinense

Carnavalesco: Leandro Vieira

Vice-campeã do Carnaval 2024, a Imperatriz também manteve sua equipe vencedora. Leandro Vieira terá seu primeiro enredo 100% afro desenvolvido na avenida. A escola vai contar a história da ida de Oxalá ao reino de Oyó com a intenção de visitar Xangô, com o enredo: “Ómi Tútú ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifon”.

Mangueira

Carnavalesco: Sidney França

Amargando a sétima colocação no carnaval de 2024, a Verde e Rosa apostará no trabalho do carnavalesco paulistano, Sidney França, para seu próximo carnaval. Com o enredo “A flor da terra. No Rio da negritude entre dores e paixões”, a Manga contará as vivências dos povos bantus no Rio de Janeiro, evidenciando suas dores e paixões, bem como a luta contra apagamentos e invisibilidades de uma gente que, atrevidamente, desafia a morte e celebra a vida.
Unidos da Tijuca

Carnavalesco: Edson Pereira

Abrindo a segunda noite de desfiles, a escola do Borel abordará pela primeira vez um enredo afro, algo inédito na agremiação. Intitulado “Logun-Edé: Santo Menino que velho respeita”, o enredo vai falar sobre o orixá Longun-Edé, filho de Oxóssi e Oxum.

Beija-Flor

Carnavalesco: João Vitor Araújo

Oitava colocada nos desfiles de 2024, a escola nilopolitana irá olhar para dentro de si e fará uma homenagem à Laíla. “Laíla de todos os Santos. Laíla de todos os sambas”, vai embalar a Beija-Flor de Nilópolis e destacar a importância de seu falecido mestre para o Samba e para o Carnaval durante as sete décadas de dedicação à Cultura Popular Brasileira.

Salgueiro

Carnavalesco: Jorge Silveira

Com o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, do estreante Jorge Silveira no comando de seu barracão, a escola vai falar sobre a relação humana na busca pela proteção espiritual. Sem medo de macumba, sem medo de quiumba, o Salgueiro prepara o tacho de óleo de oliva, arruda, guiné, alecrim, carqueja, alho e cravo. Com o sinal da cruz na fronte, no peito, nas mãos e nos pés, a vermelho e branco vai entrar na maior encruzilhada do mundo, a Marquês de Sapucaí, de corpo fechado. A história e cultura do fechamento do corpo está inserida em um conjunto de crendices presente em religiões africanas e européias que sobreviveram à travessia do Atlântico.

Vila Isabel

Carnavalesco: Paulo Barros

Paulo Barros segue assinando os desfiles da escola das terras de Noel e promete que irá “carnavalizar” as assombrações em 2025. A Vila vai contar o encontro de entes fantásticos e seres de outros mundos, com o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”. A escola irá focar nas entidades sobrenaturais que habitam o imaginário popular, expondo como elas estão presentes em nossa rotina de diversas maneiras, em diferentes fases da vida, desde a infância até a vida adulta.

Mocidade Independente

Carnavalesco: Renato e Márcia Lage

A dupla de carnavalescos Renato e Márcia Lage está de volta ao carnaval, e justamente na estrela guia de Padre Miguel, onde Renato fez desfiles antológicos. A Mocidade contará uma viagem intergaláctica, onde ela se reconecta com seu brilho mais intenso, o de uma Estrela jovem, para questionar os próximos passos em um manifesto pelo futuro da humanidade. O enredo “Voltando para o futuro. Não há limites para sonhar” fala sobre a paixão pelo Universo, os mistérios do espaço e a busca pelo futuro. A Mocidade nos convida a seguir nossa estrela, sonhar com o futuro e trilhar caminhos visionários. No paraíso da folia, todos voamos para o céu ou para a Terra.

Paraíso do Tuiuti

Carnavalesco: Jack Vasconcelos

Com o enredo, “Quem tem medo de Xica Monicongo?”, apontado por muitos como o mais audacioso e inovador do carnaval, a Paraíso do Tuiuti vai levar para a Sapucaí a história da primeira travesti do Brasil, Xica Manicongo.

E lá se vê Xica: combativa, desce as ladeiras do Tuiuti, pajubando pelas comunidades, favelas, quebradas, universidades, palcos e palanques, reconhecendo a potência revolucionária de sua existência. Respeitando sua transcestralidade, zelando pela história das pessoas que pavimentaram esse caminho com suas dores e glórias. Xica é Manicongo, senhora do Congo e rainha da nossa congada. Ela é a rainha do Traviarcado. Ela quer ruas, casas, telas, livros, salas de aula, diplomas, consultórios, forças armadas, altares, parlamentos, as políticas, as presidências… A vida e o amor são importantes. Ela vai continuar. Não vão ganhar. Não foi em vão. Enredo que será desenvolvido pelo talentoso carnavalesco Jack Vasconcelos, que está de volta ao Tuiuti.

Grande Rio

Carnavalescos: Gabriel Haddad e Leonardo Bora

A dupla Léo Bora e Gabriel Haddad nos brindará com mais um daqueles enredos ricos na temática popular e de fácil leitura para os espectadores. Com o enredo “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, a Grande Rio propõe um mergulho nas águas amazônicas e uma jornada mística à cultura do Pará. Guiado pela música de Dona Onete, o enredo da tricolor de Caxias navega pelos Carimbós para contar o encontro das Princesas Turcas Ajuremadas com as Encantarias da Amazônia.

Portela

Carnavalescos: André Rodrigues e Antônio Gonzaga

Para muitos, o enredo do ano. Com essa expectativa, a Portela fará uma justa homenagem a um dos maiores artistas do Brasil, Milton Nascimento. Será a primeira vez que a escola de Madureira irá contar a história de um personagem importante para o país, enquanto ele ainda está vivo. “Cantar será buscar o caminho que vai dar no Sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, é o título do enredo criado pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga.

 

Acompanhe o Carnavalizados

Gostou do conteúdo? Então fique ligado no nosso Instagram, @carnavalizados.oficial , e acompanhe tudo sobre o Carnaval!

Deixar uma resposta

Seu email não sera publicado. Campos obrigatórios *

*