"Da casa de Ogum, Xangô me guia!" - Foto: Roberto Narciso

Beija-flor de Nilópolis escolhe samba-enredo para o carnaval 2025

Na madrugada desta sexta-feira (18), a Beija-flor de Nilópolis, uma das mais tradicionais escolas do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro, escolheu o samba-enredo que levará para a Marquês de Sapucaí em 2025. A parceria vencedora é composta por Romulo Massacesi, Junior Trindade, Serginho Aguiar Centeno, Ailson Picanço, Gladiador e Felipe Sena, que juntos criaram a obra que embalará a escola no próximo carnaval.

Com o enredo intitulado “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas”, a Beija-flor fará um emocionante tributo a Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, conhecido como Laíla, um dos maiores ícones da agremiação e do carnaval carioca. Laíla, que faleceu em 2021, foi diretor de carnaval da escola e desempenhou um papel fundamental em diversas vitórias da Beija-flor na avenida.

A homenagem promete emocionar o público e os foliões, relembrando o legado e a importância de Laíla para a cultura carnavalesca. A Beija-flor será a segunda escola a desfilar na segunda-feira de carnaval, dia 3 de março de 2025, e já prepara um grande espetáculo para honrar seu ex-diretor.

O carnaval de 2025 promete ser uma das edições mais memoráveis, e o enredo da Beija-flor certamente será um dos pontos altos, celebrando a história e o legado de Laíla, que permanece vivo no coração de Nilópolis e de todos os amantes do samba.

Confira a letra do samba:

Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traga os ventos de Oyá
Agô meu mestre
Sua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar

Desce o morro de Oyó
Benedito e catimbó
O Alabá Doum
Traz o terço pra benzer
E a Cigana Puerê
Meu Exu
De copo no palco, a nota certeira
Regeu o sagrado toda quinta-feira

O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza

Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz, mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir, sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a Baixada em redenção
Chama joão pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade

Óh Jakutá… O Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão obá, dessa nação nagô
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-flor
Terreiro de Laíla meu griô

“Da casa de Ogum, Xangô me guia!” – Foto: Roberto Narciso

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