Carnavalizados Fique por dentro do carnaval do Rio, São Paulo e todo o Brasil
Enquanto as demais Escolas se preocupam com a escolha de samba e montagem do carnaval, o Salgueiro segue atolado na briga pela presidência, um processo que se arrasta desde maio, quando Regina Celi foi considerada inelegível pela Justiça, não medindo esforços para manter-se à frente da agremiação.
Na manhã de domingo (30/09) foi realizada na quadra da escola a Assembleia convocada pela gestora. Conforme noticiamos no último dia 27, a juíza da 2ª Vara Cível, Dra. Juliana Leal de Melo, determinou que a prorrogação do mandato de Regina Celi na presidência do Salgueiro, principal ponto da pauta da reunião, não poderia ser discutida, nem a nomeação de membros que ocupam a atual diretoria. De acordo com a decisão judicial, tais atitudes representariam “tentativa da ré de se manter na presidência da agremiação em afronta aos ditames eleitorais estabelecidos pela própria escola, como também à decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro”.
Com o item prorrogação de mandato retirado da pauta por determinação judicial, sob pena de multa de R$500.000, a Assembleia ocorreu para discutir entre a nomeação da chapa 2 ou realização de novas eleições.
Estiveram presentes 216 sócios, sendo 186 contribuintes e 30 beneméritos. Desses, a maioria decidiu que a chapa 2, de André Vaz, deveria ser empossada na presidência, definindo os destinos da agremiação pelo quadriênio 2018/2022. A surpresa imediata aconteceu quando o presidente da mesa, Flávio Martorelli, proclamou uma nova eleição sob alegação de que para a posse acontecer a decisão deveria ocorrer por unanimidade. Deu por encerrada a assembleia e marcou as eleições para 30 dias a partir daquela data.
“Ora, como ter unanimidade se existe oposição? Tivemos a maioria dos votos e mostramos a vontade que os Salgueirenses têm de fazer com que a Academia do Samba tenha uma gestão nova, transparente e democrática.
O que aconteceu no domingo foi imoral e fere a decisão da última quinta feira, quando a Juíza Juliana Leal de Melo estipulou a proclamação da Chapa 2 e, caso isso não acontecesse, a convocação de novas eleições seria a solução” , disse o advogado William Figueiredo da Chapa de Oposição.
O momento foi de muita tensão e revolta dos salgueirenses. A chapa 2, entretanto, alega que fará uso das imagens do momento da votação para reivindicar o direito de assumir a direção do Salgueiro. Há de se destacar que na decisão do dia 27, a juíza autorizou a captação de áudio e vídeo para fins de prova em juízo. Um dos advogados da Chapa 2, Francisco Latorre, declarou que apresentaria as imagens à Justiça, com solicitação de posse imediata da chapa liderada por André Vaz, já que a decisão do Desembargador Werson Rêgo que a aclamação deveria acontecer com 50% dos votos mais um.
Nesta segunda-feira, a defesa de Regina Celi se antecipou: juntou ao processo que impediu a votação de prorrogação de seu mandato requerimento para que seja desconsiderada a inelegibilidade declarada em decisão anterior; ou, caso não seja aceito, que seja mantida a nova eleição, entendendo que a chapa 2 só seria empossada por unanimidade; e que seja reformada a decisão que proibiu a participação de membros da chapa 1 em um novo pleito.
Para André Vaz, “a Sra. Regina Celi está desafiando as decisões judiciais em nome da vaidade e do poder e precisamos dar basta nisso. Quem pensa, acima de tudo no Salgueiro, está conosco e hoje mostrou que a instituição é superior a qualquer interesse. A essas pessoas, agradecemos a confiança e reafirmamos que nossa luta por uma gestão limpa, transparente, democrática e uma escola vitoriosa continuará. Família Calça Larga e todos que estiveram conosco hoje e a partir de agora, estamos juntos! O Salgueiro é dos salgueirenses”.
A cinco meses do carnaval o Salgueiro segue em total indecisão política, uma situação delicada que pode prejudicar o planejamento da festa.
Confira as imagens da Assembleia:
