Samba de Mestre Damasceno é campeão na Grande Rio - Foto: Divulgação

“É força de caboclo!” Grande Rio escolhe samba de compositores do Pará para o Carnaval 2025

A Acadêmicos do Grande Rio escolheu, para o Carnaval de 2025, um samba que veio direto de Belém, representando uma jornada mística pela rica cultura do Pará.

A grande final aconteceu na quadra da Tricolor de Caxias na noite deste sábado (28), com cinco composições na disputa.

A parceria de compositores do Pará, formada por Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes, conquistou a vitória na disputa de samba-enredo da grande Rio para o Carnaval 2025. Mestre Damasceno, que é membro da escola Deixa Falar, quilombola de Salvaterra, no Arquipélago do Marajó, e criador do Búfalo-Bumbá, perdeu a visão aos 19 anos, mas continua sendo uma figura central no samba paraense.

Durante o evento, foram apresentadas as musas do Carnaval: Patrícia Poeta, Mileide Mihaile, Alane Dias, Isabelle Nogueira, Renata Frisson e Mariana Goldfarb. Paolla Oliveira também confirmou sua presença para o quinto ano como rainha de bateria. A expectativa é alta para o desfile, que promete encantar a Avenida com suas tradições e ritmos vibrantes.

Com o título “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, a Grande Rio promete um desfile que mergulha nas águas amazônicas. A escola apresentará uma jornada mística repleta de palácios, pajelanças, igarapés, encantarias e terreiros de Tambor de Mina, tudo envolvido pelo som de maracas e tambores, e o perfume das ervas.

A Grande Rio desfilará na terça-feira de Carnaval, 4 de março de 2025, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Confira a letra do samba campeão:

A Mina é cocoriô!
Feitiçaria parauara
A mesma lua da Turquia
Na travessia foi encantada
Maresia me guia sem medo
Pro banho de cheiro
Na “en-cruz-ilhada”, espuma do mar
Fez a flor do mururé desabrochar
Pororoca me leva… Pro fundo do igarapé
Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué
Quem é de barro no igapó é Caruana
Boto assovia (oi) mãe d’agua dança!

Se a boiúna se agita… É banzeiro! Banzeiro!
Quatro contas, um cocar!
Salve a arara cantadeira!
Borboleta à espreita…
E a onça do Grão-Pará

Na curimba de babaçuê
Tem falange de ajuremados
A macaia codoense é macumba de outro lado
Venham ver as três princesas ‘baiando” no curimbó
É doutrina de santo rodando no meu carimbó!

E foi assim… Suas “espadas” têm as ervas da Jurema
Novos destinos no mesmo poema
E nos terreiros, perfume de patcholi
Acende a brasa do defumador
Pra um mestre batucar a sua fé
Noite de festa! Curió marajoara…
Protege Caxias nas águas de Nazaré!

É força de caboclo, vodun e orixá!
Meu povo faz a curva como faz na gira!
Chama Jarina, Herondina e Mariana
Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina!

Deixar uma resposta

Seu email não sera publicado. Campos obrigatórios *

*