Carnavalesca Maria Augusta - Foto: Wigder Frota

Morre Maria Augusta, ícone do carnaval carioca, aos 83 anos

O carnaval perdeu hoje uma de suas maiores referências. Faleceu nesta quinta-feira, 11 de julho de 2025, a carnavalesca e comentarista Maria Augusta Rodrigues, aos 83 anos, no Hospital São Lucas, em Copacabana. Internada desde junho, ela enfrentava complicações provocadas por um câncer na bexiga, que evoluiu para falência múltipla de órgãos.

Figura central na transformação estética do desfile das escolas de samba, Maria Augusta iniciou sua trajetória no carnaval em 1968, como assistente de Fernando Pamplona no Salgueiro. Em pouco tempo, sua criatividade arrebatadora e domínio plástico lhe garantiram espaço de protagonismo, fazendo dela uma das primeiras mulheres a ocupar com destaque a função de carnavalesca.

Entre os desfiles mais marcantes de sua carreira estão “Festa para um Rei Negro” (Salgueiro, 1971), e “Domingo” (União da Ilha, 1977), ambos considerados divisores de águas na concepção visual do carnaval moderno. Maria Augusta também passou por escolas como Beija-Flor, Estácio de Sá, Imperatriz Leopoldinense e Paraíso do Tuiuti.

Além das criações na Sapucaí, teve papel fundamental como comentarista de carnaval em veículos como a TV Globo, TV Manchete e Band. Suas análises afiadas, sempre carregadas de afeto e autoridade, a tornaram uma das vozes mais respeitadas da crítica carnavalesca. Também foi jurada do prêmio Estandarte de Ouro e professora na Escola de Belas Artes da UFRJ, onde formou gerações de artistas e profissionais ligados à cultura popular.

Recentemente, em fevereiro deste ano, foi homenageada pela escola mirim Aprendizes do Salgueiro com o enredo “Uni-duni-tê, o Aprendizes escolheu você”, uma justa celebração de sua vida dedicada ao carnaval.

Maria Augusta parte deixando um legado de beleza e liberdade criativa, insubstituível e eterno na memória do povo do samba.

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