Império Serrano - Carnval 2017 - Foto: André Melo-Andrade

Seleção mantida! Mestre Gilmar mantém 250 ritmistas para o Grupo Especial

“Time que está ganhando não se mexe.”

A velha máxima do futebol também pode ser usada no Carnaval. Mais precisamente, na bateria do Império Serrano, comandada pelo mestre Gilmar Cunha. Depois da conquista do campeonato no Grupo de Acesso em 2017 e 40.0 pontos no quesito Bateria, o maestro da ‘Sinfônica’ volta ao Especial com moral e com a difícil missão de manter o bom resultado. E garante que o caminho pra isso é não aumentar o número de ritmistas. “Sou contra esse negócio de aumentar a bateria pro Especial. Minha bateria vem todo ano com 250 ritmistas. Nem um ritmista a mais. Não tem porque mexer agora. Bateria com essa quantidade é enxugada, compacta. Talvez eu possa colocar mais 10 repiques, mas nada além disso”, afirma o mestre, mostrando, orgulhoso, a sala dos instrumentos, na quadra da agremiação.

Desde 2009 à frente da bateria da Verde e Branco da Serrinha, Gilmar está com a cabeça tranquila, e acredita que os 40 pontos são consequência de um trabalho constante. “A bateria do Império é uma bateria consagrada no mundo do samba. Pra se ter uma noção, nós estamos no Grupo de Acesso desde 2009 e ninguém ainda superou a nossa bateria em Estandartes de Ouro e outras premiações (a escola tem ao todo nove Estandartes, ao lado do Salgueiro). Então ela não ficou boa por conta do Gilmar, nem do mestre que passou. É por conta da história do Império Serrano, e a gente tem que dar continuidade ao que aprendemos. E chegar ao Especial com 40 pontos é o carimbo que a gente precisava pra saber que estamos no caminho certo.”

Império Serrano – Carnaval 2017 – Foto: André Melo-Andrade

Quem assistiu aos desfiles do Império em 2016 e em 2017 não consegue acreditar que seja o mesmo mestre. A diferença de confiança e segurança era tão visível, que mostrava que Gilmar parecia finalmente ter encontrado a fórmula que iria funcionar na Sinfônica. Os números foram os mesmos: 250 ritmistas, com 40 surdos, sendo 12 surdos de primeira (26 polegadas), 12 de segunda (22’’) e 16 de terceira (18’’). 90 caixas de 14’’ tocadas embaixo e 20 repiques. Tudo igual. O que mudou mesmo foi a cabeça do maestro. “Acabou o desfile de 2016, eu saí da dispersão, cheguei pros meus diretores (da bateria) e falei: se a escola quiser que eu continue, eu vou mudar essa bateria por completo. Não gostei. Eu sou um cara que gosta muito de inovação, mas eu percebi que inovação tem limite. Então agora tem que frear um pouco porque isso que nós estamos fazendo não está fazendo bem ao Império.”

Gilmar Cunha é um mestre que gosta muito de bossas e utilizar todos os naipes, com um grau de dificuldade elevadíssimo. Esse ano, no entanto, trabalhou bossas mais simples, de dificuldade mais baixa. Decisão acertada! “O simples também é bonito. Foi um desfile impecável, as pessoas viam o meu sorriso, a minha confiança. Eu falava pro ‘seu’ Wilson (Wilson das Neves) do meu lado, ‘isso aqui tá bom demais, tá mágico!’”, afirma o mestre, emocionado.

Para o desfile na elite do Carnaval em 2018, Gilmar espera aproveitar ao máximo a capacidade musical de seus ritmistas (grande parte deles vem da escolinha de percussão da agremiação) e torce para que o amigo, Marquinhos Art Samba, permaneça como intérprete. Perguntado sobre o que faria para o Especial, Gilmar riu… passou a mão na cabeça… e deu a resposta que esperava ouvir: “Meu camarada… olha. Muito sérios e muito felizes. A cadência vai ser a mesma desse ano, só isso que posso dizer. Mas eu e meus diretores estamos prontos pra virar isso aqui do avesso.”

Tomara, mestre… tomara!

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