Angélica, Hellen, Fernanda e Andressa - Foto: Marilda Campbell

Lugar de mulher é na “cozinha”

Cada vez mais mulheres ocupam espaço na parte pesada das baterias das agremiações

Por Gabriel Cardoso

Aparentemente, o protagonismo nas escolas de samba é exercido apenas pelos homens. Mas só aparentemente. Pois aqueles que se permitirem deixar a superfície pra se aprofundar e mergulhar na história do samba, verão que a participação feminina foi – e é – decisiva para o fortalecimento das agremiações, e que as mulheres se impõem, até hoje, para mostrar a força de suas vozes.

Afinal, não é só homem que fala e canta. E não é só homem que toca.

As mulheres vêm ganhando muita força no carnaval, e preenchendo cargos que antes eram considerados inacessíveis. E embora essa observação pareça óbvia, por uma questão puramente cronológica (já que estamos falando de pleno século XXI), as mulheres mesmo assim ainda encontram muita resistência em alguns setores da festa. É o caso da bateria, segmento no qual a esmagadora maioria das escolas de samba ainda não permitia a inclusão feminina em alguns naipes até bem pouco tempo.

A coisa, no entanto, já foi bem pior: nos começos, apenas homens podiam tocar nas baterias, independente do instrumento. Aos poucos, as mulheres começaram a ganhar espaço nos naipes leves (chocalho e tamborim), e só recentemente começaram a ter uma presença mais acentuada na cozinha (a parte da bateria onde ficam os surdos, as caixas e os repiques).

Essa luta pra bater tambor teve seu ponto de partida com a incansável Dagmar – ou Dagmar do Surdo, como ficou conhecida –, irmã de Natal da Portela, a primeira mulher a quebrar a barreira masculina para tocar em uma bateria de escola de samba, em 1954, na Portela. Já nos anos 2000, coube a Ivo Meirelles acabar com o último bastião do machismo travestido de tradição, quando, em 2007, o então presidente de bateria da Estação Primeira de Mangueira autorizou a presença feminina no setor, após 79 anos de história da Verde e Rosa. Mesmo com muito esforço, Meirelles, que à época chamou a polêmica de “preconceito enrustido” conseguiu apenas 11 mulheres para compor um time com quase 300 ritmistas. Para se ter uma noção, o número de mulheres em 2015, três anos atrás, ainda era inexpressivo: somente 30 moças entre 230 homens.

Em meio à tardia quebra de tabu na verde e rosa, outros mestres já vinham fazendo seu papel, com trabalhos de “inclusão” em suas baterias. E o comandante da Unidos de Padre Miguel, Mestre Dinho, foi o pioneiro na aceitação de mulheres no naipe de marcações, o coração do ritmo. Hoje, a bateria Guerreiros da Vila Vintém conta com o maior número de meninas tocando surdos entre todas as escolas: ao todo, são cinco “surdeiras”, que desde quando entraram na escolinha de percussão, queriam passar longe dos instrumentos agudos.

“O chocalho já tem muita menina, né?”, afirma Fernanda Martyns, que toca surdo de 3ª na Unidos de Padre Miguel. “A marcação não, a gente se destaca mais, as pessoas nos enxergam mais. Eu não me encontraria em outro lugar. Nenhum deles [outros instrumentos] me encanta tanto quanto a marcação.”

“Eu gosto de marcação por ser bruta. É coisa de mulher forte! E a gente toca peso de salto, vestido e maquiagem, queridos!”, afirma, aos risos, Angélica Castro, tocadora de surdo de 2ª da agremiação da Vila Vintém.

Hellen Freire, que também toca surdo de 2ª, concorda com as companheiras de ritmo: “O peso é o que mais me apetece. Até porque estar no peso quebra muitos tabus. Pra eles, mulher não consegue. Mulher tem que estar no chocalho ou no tamborim. No máximo com uma caixa, pois o nosso braço não tem resistência.”

Hellen, Fernanda e Angélica – Foto: Marilda Campbell

Hellen conta também que ela e as amigas enfrentaram dificuldades bem maiores que o normal para conseguir desfilar. “Todo mundo olha torto. E, pra eles, a gente sempre vai tocar errado, por mais certo que estejamos tocando”, afirma a ritmista.

Conseguir vaga em um naipe de marcações já é difícil, pois o número de vagas é muito restrito. Enquanto naipes como o de caixas vêm com uma média de 100 ritmistas, ou o de tamborins que tem cerca de 40 vagas, as marcações possuem apenas de 12 a 15 vagas em média para cada afinação. Agravante, ainda há os chamados “fiéis”, os batedores que já tem a vaga garantida todo ano. Apesar de tantas dificuldades, as meninas não queriam nenhum outro instrumento: era o surdo e fim de papo.“A gente passou por muita coisa pra estar aqui”, analisa Angélica. “Conquistamos o nosso lugar. A marcação era fechada. Mas nosso diretor [Teófilo], deu muito apoio pra gente desde o início. Ele sempre fala ‘elas são as minhas marcações, são as minhas meninas’. E nós mostramos nosso talento, mostramos que, trabalhando, conseguimos chegar ao mesmo patamar de qualquer homem.”

Em 2017 houve uma audição na quadra da UPM para selecionar ritmistas para as marcações da Guerreiros, para o aclamado desfile de “Ossain”. De acordo com Angélica, eram muitos ritmistas para poucas vagas, e o teste seria definitivo para escolher quem iria desfilar. Após a audição, cinco mulheres foram selecionadas para o naipe de surdos da escola da Vila Vintém, desbancando muitos marmanjos. Além da própria Angélica, Fernanda e Hellen, foram selecionadas Carla Feijó, para o surdo de 3ª, e Andressa de Souza, para a 2ª. Essa última, Andressa, foi a primeira mulher a entrar para a marcação da Unidos de Padre Miguel, há 14 anos. Embora seja a mais observadora e menos falante das quatro entrevistadas, ela foi curta e grossa: “Entra diretor, sai diretor, mas eu continuo aqui, firme e forte. Eu me garanto; não sei se eles se garantem em mim. Mas eu não me importo. Pode vir o que for, não vou abandonar a minha bateria.”

Hellen Freire no início do desfile de Ossain (2017) – Foto: Apoteose

As meninas revelam também que ainda há um longo caminho a ser percorrido na desconstrução do imaginário preconceituoso das pessoas. “Eles sempre acham que a gente é lésbica!” critica Hellen. “Tem noção? Mulher simplesmente não pode gostar de peso. Quando eu cortei o cabelo pra tirar o alisado e assumir o black, comecei a ouvir de todo mundo ‘pronto, tá se assumindo’ ou ‘tá virando sapatão’”.

Fernanda completa: “também não podemos andar com os homens da bateria simplesmente porque são nossos amigos. Na cabeça das pessoas, ou estamos namorando algum deles ou estamos colando neles pra aprender a tocar de verdade.”

“A gente tem que provar o tempo todo que sabe tocar”, retoma Hellen Freire. “Mulher, unha grande, cabelo feito, toda desenhada, cheia de anel, brincão, salto, vestido curtinho… a gente mete a cara maquiada e de acessório! Outros mestres e diretores de outras escolas, quando vêm até a Vintém prestigiar o nosso ensaio ficam de longe nos olhando pegar talabarte, maceta, encaixar o surdo… E quando começamos a tocar, eles se aproximam e ainda se dão ao trabalho de dizer ‘olha, não levava fé em você não, hein, mas parabéns, você bate bem’. Como se precisássemos de aprovação sempre, sabe?”, desabafa.

É tão presente ainda essa dificuldade de afirmação que, enquanto gravávamos a entrevista, um dos ritmistas interrompeu, pedindo para que Fernanda trocasse de surdo com ele. “Pega esse, é mais leve”, ele disse. Ela trocou, visivelmente irritada: “é sempre assim, sempre acham que eu não consigo pegar o surdo mais pesado”.

“Até isso eles falam, querem empurrar pra gente sempre o instrumento mais leve com a desculpa de ser cavalheiro, mas é porque o som é pior”, conta Angélica. Ela também teve esse problema durante nosso papo: um ritmista veio pedir pra trocar de maceta com ela. A batedora recusou.

“Essa maceta ferrada? Sai fora!”

Apesar de ter que aturar situações como essas com bastante frequência, a tocadora de surdo de 2ª, Hellen, afirma que é preciso ter paciência, já que sua luta pra estar na bateria da escola inspira muitas meninas e mulheres, inclusive sua própria filha, Marcella, de sete anos. “Eu trouxe a minha filha à escolinha [da Unidos de Padre Miguel]. Aí deram um chocalho na mão dela. Ela devolveu o chocalho pro professor, virou pra mim e disse ‘mamãe, eu vim pra tocar tambor. Se não for tambor, eu não quero!’, conta a ritmista.

Embora a cozinha ainda seja um setor majoritariamente composto por homens, cada vez mais mulheres querem entrar. “Elas se inspiram na gente”, comemora Angélica. “As meninas vêm conversar conosco em busca de informações, mesmo depois de recomendarmos que procurem algum diretor. Elas voltam e nos procuram, talvez por se sentirem mais seguras entre mulheres. A gente representa a vontade delas.”

Fernanda Martyns também acredita que ela e as demais meninas da Unidos podem servir de vitrine para abrir espaço pra outras mulheres. “Ainda há escolas que não aceitam mulheres na marcação. Mas isso vem mudando. Antes a gente via mulheres no máximo numa caixa ou num repique. E quando chegam aqui na Unidos e veem que têm cinco meninas, as pessoas ficam surpresas, nos olham de cima a baixo. Mas elas [as mulheres] se enchem de vontade.
Tem que respeitar esse microfone

Os surdeiros microfonados carregam uma das maiores responsabilidades dentro de uma bateria. O mestre e seus diretores elegem qual ritmista terá a missão de levar um microfone encaixado no surdo ao longo de todo o desfile. É esse ritmista quem vai ditar o andamento de todos os outros componentes da bateria, da mesma forma que é o som do instrumento desse ritmista que será reverberado nas caixas de som espalhadas por toda a Sapucaí e na transmissão da televisão. Ou seja, ele será a “referência”. Para ser o microfonado, o músico precisa ter técnica apurada, batida limpa e conhecer todas as bossas e desenhos, além de ter força, energia, segurança e o mais importante: não parar de tocar durante um segundo sequer ao longo de toda a passarela do samba.

Mesmo sabendo de todas essas dificuldades, Thais Rodrigues aceitou o desafio. E por nove anos foi o surdo de terceira microfonado da Acadêmicos da Rocinha, posto que só abandonou após ser convidada para se tornar diretora na cozinha da bateria da escola.

Thais Rodrigues no desfile da Rocinha de 2017 – Foto: Arquivo Pessoal

“Uma época, inclusive, quando ainda não nos conhecíamos, o Casão [Mestre Casagrande, da Unidos da Tijuca] foi ao nosso ensaio e comentou com o Bolacha, um dos diretores: ‘o menino de vocês que toca a terceira microfonada é muito bom!’, e o bolacha respondeu ‘Casão, não é menino não… é menina, a Thais’. O mestre ficou surpreso”, conta ela.

Bolacha foi o responsável por ensinar Thais e transformá-la em uma das melhores tocadoras de surdo de 3ª do Carnaval. Mesmo como diretora da Ritmo Avassalador, a ritmista ainda leva o som da sua “terceirinha” para Cubango, Viradouro, Caprichosos, e a própria Unidos da Tijuca do mestre Casão.

“Eu sempre recebia convites pra desfilar no chocalho de lá [da Tijuca], mas eu resistia porque queria mesmo era tocar terceira. Mas em 2011 acabei aceitando e fui. No ano seguinte [2012] eu pedi ao Casão para tocar a terceira e ele pediu que esperasse. Aguardei pacientemente no repique por muitos ensaios até surgir a oportunidade. Quando um menino faltou e eu ensaiei no surdo, o mestre virou pra mim e disse ‘nunca mais toque naquele repique. Agora você é minha terceira’, conta a diretora que surpreendeu Mestre Casagrande duas vezes.

Como diretora, Thais conta que não teve problemas ao assumir. As maiores dificuldades, no entanto, foram pra começar a tocar na cozinha: “é uma posição muito perigosa [a de diretor de bateria]. Todo mundo escuta qualquer errinho. Mas aqui na Rocinha foi tranquilo por causa do convívio. Sempre fomos muito amigos, eu já conhecia muitos deles antes mesmo de entrar. Sempre fui muito respeitada dentro da bateria. Estive em todos os ensaios, fui dedicada. Sempre fui porta-voz dos ritmistas. Mas no começo como ritmista sofri muita resistência quando quis trocar o chocalho pela cozinha. O mestre da Rocinha na época [Carlos Pato Roco] nunca deixava. Eu o perturbava em todo santo ensaio. Depois de tanto implorar, ele acabou deixando e graças a Deus deu certo.

Deu certo mesmo.

Abrir espaço, sim, mas sem desmerecer chocalhos

O chocalho, se bem tocado, consegue segurar sozinho a sustentação da bateria inteira. É ele que dá o molho para as caixas. É pesado, depende de muita técnica, muita energia e muita resistência pra conseguir tocar por muito tempo no andamento correto. Não é qualquer um que consegue tocar um chocalho. Logo, tocá-lo é tão – ou mais – difícil quanto tocar uma caixa ou um repique ou até mesmo um surdo. Mesmo assim, o instrumento carrega pejorativamente o estigma de “instrumento de mulher”.

Thayane (à direita) em ensaio da Estácio de Sá – Foto: Arquivo Pessoal

Thayane Cantanhêde – Foto: Arquivo Pessoal

“Quando eu comecei não havia mulheres na cozinha. Mal havia nos leves. Só umas ali no tamborim, outras ali no agogô, e ainda assim eram muito poucas. Só o chocalho que era quase unânime a presença feminina. Mas no início ele era tocado por homens, e depois acabou sendo deixado de lado”, afirma Thayane Cantanhêde, diretora de chocalho da Estácio de Sá e da Vila Isabel. “Talvez ele tenha sido o último instrumento a evoluir. Antigamente, você pegava a mulherada – namorada, amante, prima, mãe, tia – chamava pra desfilar, botava um chocalho na mão de cada uma delas e ia pra Avenida. Chamavam-nas de ‘Chocalhetes’: desfilavam, sacudiam, faziam barulho, mas não sabiam tocar.”

Outras escolas apenas colocavam mulheres bonitas no chocalho só pra chamar atenção, pois elas vinham na frente da bateria. Com essa trajetória, podemos imaginar como e por que se criou essa “má fama” do chocalho nas baterias. Felizmente, isso está mudando, hoje os mestres têm outra visão, e percebe-se que há nos ensaios uma galera mais assídua, mais comprometida com o naipe. E o melhor: que sabe tocar.

“Não só com o naipe [de chocalho], mas com toda a bateria. O perfil começou a mudar e começou a introduzir mulheres, muito em parte por conta das escolinhas [de percussão].”, afirma a diretora da Medalha de Ouro e da Swingueira de Noel.

Responsável pelos chocalhos da Estácio de Sá desde os 15 anos de idade e nova integrante da diretoria da Vila Isabel, Thayane conta que no início era apaixonada pelo tamborim, mas que recebeu o chocalho do pai por ser um instrumento com menos homens tocando. “Esse foi o primeiro ‘preconceito’ que sofri, podemos dizer assim. O preconceito existe de diversas formas. Não está só nas mulheres, mas na etnia, na orientação sexual. Eu sofri preconceito por ser nova, por ser lésbica, sofri por não ser da comunidade, por fazer faculdade. Mas eu sempre coloquei meu trabalho acima de todas as coisas, pois, na maioria das vezes, o preconceito passava pela avaliação da minha capacidade”, desabafa. “Eu ainda entrei num período em que não havia um perfil de diretora. Se tinha, na verdade, apenas uma coordenadora que, no dia do desfile, vinha tocando. Essa figura ali na frente, de uma mulher, era algo raro. Uma mulher nova ainda por cima, não existia. Então foi um choque. E eu precisei provar que tinha potencial pra estar ali naquele mundo masculino.”

Graças ao seu esforço e dedicação, Thayane hoje é considerada uma das melhores e mais competentes diretoras de uma bateria de escola de samba. E tem respaldo de muitos grandes nomes do ritmo, entre eles o de Thalita Santos, a primeira mulher a comandar uma bateria de escola de samba, ex-mestra da Unidos do Viradouro.

“A Thayane tem postura e capacidade pra ser mestra de bateria. E ela buscou o espaço dela desde cedo. No samba em geral, não só na bateria, já é difícil dar oportunidade pra quem está começando, imagina para mulheres novas. Muitas como a Thayane estão buscando seu espaço nas baterias, mas ainda é muito difícil. Se não for pra ser diretora de ala de passistas ou diretora de naipe de chocalho, não rola. São três pés atrás com a gente. Acho que, se começarem a dar espaço, podem enxergar talentos femininos capazes de compor qualquer setor de uma escola de samba”, afirma a mestra, que já foi também diretora de tamborim na própria Viradouro e atualmente está nos tamborins do Salgueiro e da Cubango.

Thalita explica que não sentiu na pele o preconceito por ser mulher, mas que percebeu muitos casos ao longo do tempo. Segundo ela, ainda é muito difícil dar oportunidades para mulheres ritmistas, mesmo tendo muitos homens no lugar delas que não dão conta do recado.

Thalita – Foto: Arquivo Pessoal

“Como a mulher pode mostrar sua capacidade se não tem oportunidade? A mulherada dominou o chocalho, isso é fato. Mas então é melhor – e até um pouco cômodo, sem obviamente desmerecer a qualidade dessas mulheres que tocam demais – botar uma mulher pra resolver onde tem mais mulheres. Agora, meninas como diretoras de bateria em outros naipes, a gente conta nos dedos de uma mão. Mas cedo ou tarde, espero que mulheres como a Thayane tenham oportunidade.”

Trata-se de uma luta diária. Contudo, pouco a pouco as barreiras vão caindo e as oportunidades, surgindo. No Império Serrano, Fabiane Brum teve seu talento reconhecido e ganhou a chance de liderar a ala de chocalho da Sinfônica. Natural do Rio Grande do Sul, a “Gaúcha” desembarcou em Madureira e tornou-se a primeira mulher diretora de bateria do Império na história.

Fabiane Brum, diretora de chocalho, a primeira mulher na diretoria de bateria do Império Serrano – Foto: Gabriel Cardoso

“Antes havia a Kátia, responsável pela ala do agogô, mas que não era oficialmente uma diretora”, explica Fabiane, que já era ritmista do Império antes de entrar para a direção. Convidada pelo Mestre Gilmar – e com o aval de todos os diretores – Gaúcha vai para o seu quarto carnaval comandando a ala. E, de acordo com os diretores da bateria, hoje a equipe comandada por ela evoluiu e é a melhor ala de chocalho que já desfilou pela Sinfônica.

“No início eu não queria [ser diretora] porque achava uma responsabilidade muito grande. Mais ainda por ser mulher. Nesses anos todos, eu nunca havia visto uma mulher no comando. Hoje, os meninos brincam que eu entrei pra mandar na bateria. E entrei mesmo!”, brinca Fabiane.

E que fique bem claro: lugar de mulher é na cozinha. Na cozinha da bateria. E é no chocalho também. No tamborim. Na cuíca.

Lugar de mulher é onde ela quiser. Com talento e com respeito.

Abram passagem, pois a mulherada vai atropelar no Carnaval 2018.


Colaboração: Marilda Campbell

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