Xande de Pilares e Tunico da Vila - Foto: Carlos Alberto Silva

Tunico da Vila e Xande de Pilares gravam clipe contra a intolerância religiosa em Vitória

Tunico da Vila canta Sagrada Paz-todos pela liberdade religiosa no Teatro da UFES

“Nos Caminhos de um Só: Um grito de amor contra a intolerância religiosa”. O músico Tunico da Vila e comunidades afros do Espírito Santo receberam em Vitória, na manhã desta terça-feira (28), o cantor Xande de Pilares para gravar um clipe da música contra o preconceito religioso. O cenário escolhido foi o clube Álvares Cabral, com a linda vista para a baía de Vitória.

A mãe-de-santo Rita de Cássia, do Centro Espírita Cabloca Jaciara, de Vila Velha, um dos grupos que participaram do clipe, ficou encantada com a ideia porque os membros de religiões de origem africana são os que mais sofrem com o preconceito no Brasil.

No dia 19 de janeiro, sexta-feira, a partir das 19 horas, no Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), acontece o show Sagrada Paz- Todos pela Liberdade Religiosa, com o cantor e compositor carioca Tunico da Vila. Em 2007, foi sancionada a lei federal 11.365, que consagra o 21 de janeiro como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que relembra a fatídica morte da Yalorixá Mãe Gilda de Ogum, do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador (BA) em 2000. Vítima de intolerância religiosa, sua casa foi incendiada e pessoas da comunidade foram agredidas. O busto de Mãe Gilda de Ogum fica na Lagoa do Abaeté, em Itapuã, Salvador. O monumento é um ponto de referência para os terreiros de candomblé do Brasil.

Tunico da Vila é ogã e cantor de terreiro há mais de 30 anos da nação de Angola, um legítimo representante das religiões de matriz africana, que são as mais afetadas com a intolerância religiosa, cerca de 70% segundo o relatório da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR).

“Essa é uma forma de homenagearmos Mãe Gilda de Ogum, as religiões de matriz africana, os Orixás e a fé de milhares de pessoas em todo Brasil. Foi a religião que escolhi na adolescência e que norteou a minha vida. É preciso valorizar as tradições orais e a luta. O Brasil tem um histórico de negação da fé não -cristã. Essa negação não é só da religião, mas dos valores culturais e das tradições africanas. Além de religiosa, Mãe Gilda era uma mulher negra, pobre, de periferia, que sofreu uma violência como milhares de mulheres no Brasil”, disse ele.

A apresentação contará com integrantes banda de congo, de comunidades do terreiro e de sambistas capixabas. A canção ‘Madalena”, de domínio público adaptada por Martinho da Vila, que homenageia o congo capixaba, será executada com a Banda da Polícia Militar do Espírito Santo. Jovens do projeto “Ocupação Social”, da Secretaria Estadual de Direitos Humanos vão apresentar a partir das 19 horas roda de capoeira, dança de rua e mostras de grafitte.

A banda que acompanha Tunico da Vila é formada por: Daniel Barreto (violão), Alexandre Barbatto (baixo), Saulo Santos (percuteria), Tiago Pedrolli (cavaco), Monique Rocha, Dorkas Nunes (coristas) e Peterson Oliveira (percussão).

No repertório sambas de roda, partido alto e afro-sambas. Canções como “Roda de Ciranda”, “Sincretismo Religioso”, “Festa de Candomblé”, “Festa de Umbanda”, “Semba dos Ancestrais”, de Martinho da Vila. Tunico da Vila apresenta também, “Nos Caminhos de Um Só”, em parceria com Xande de Pilares, o clipe foi gravado no Espírito Santo e será lançado no dia 21 de janeiro nas plataformas streamings. “O Velho de Oiá”, além de “Flores de Obaluaê”, “Festa de Caboclo” e “Juremê Juremá”.

A apresentação além de homenagear às religiões de matriz africana, evidencia a influência do sagrado na música brasileira, na obra de Martinho da Vila e de seus descendentes. Através de laços de afetividade e congruência musical, duas gerações do samba, pai e filho, através de suas obras, convocam os amantes do samba à refletirem acerca da temática intolerância religiosa/racial.

O valor do ingresso é R$40 (inteira) e R$20(meia) e pode ser adquirido na bilheteria do teatro da Universidade Federal do Espírito Santo ou pelo site da entidade.

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

O dia relembra a fatídica morte em 2000, da Yalorixá Mãe Gilda de Ogum, do terreiro Axé Abassá de Ogum, em Salvador (BA). Vítima de intolerância religiosa, sua casa foi incendiada e pessoas da comunidade foram agredidas. O busto de Mãe Gilda de Ogum fica na Lagoa do Abaeté, em Itapuã, Salvador. O monumento é um ponto de referência para os terreiros de candomblé. Em homenagem à Yalorixá, em 2007, foi sancionada a lei federal 11.365, que consagra o dia 21 de janeiro como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Xande e Tunico gravam clipe em Vitória – Foto: Carlos Alberto Silva

Tunico da Vila e Xande de Pilares – Foto: Carlos Alberto Silva

 

Confira o áudio e a letra da música:

“Nos caminhos de um só”

Compositores: Tunico da Vila, Xande de Pilares, Déborah Sathler e Chico Lima

A liberdade religiosa é a nossa bandeira!

Fé é acreditar no que não vê

Fé tem que ser sentida para crer

Com a força e honra de uma oração

Fazer o bem e respeitar o seu irmão

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Toda reza é um beijo na face de Deus

E a benção dele é um acalanto em nossa alma

O canto que o povo professa porque Deus sempre é maior

A liberdade só o faz um ser melhor

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Vou olhar para as estrelas contemplar o firmamento

Esperar o novo dia

Respirar um novo tempo

A razão dessa fé que remove montanhas

Isso eu já sei de cor

Vou caminhar na esperança dos caminhos de Deus maior

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

Nos caminhos de um só

 

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