Djalma Sabiá em 2018 foi empossado presidente de Honra do do Salgueiro - Foto: Alex Nunes

Morre Djalma Sabiá, um dos fundadores do Acadêmicos do Salgueiro

Morreu, na noite desta segunda-feira, Djalma Sabiá, compositor, presidente de honra e um dos fundadores do Acadêmicos do Salgueiro. Ele tinha 94 anos e a causa da morte não foi divulgada.

Nascido em 1926, Djalma de Oliveira Costa entraria para a história do samba como Djalma Sabiá, apelido com que foi batizado entre um jogo de futebol e outro no morro do Salgueiro. Filho da porta-bandeira, Alzira de Oliveira, ele estava lá quando foi oficializado em 3 de março de 1953, o Acadêmicos do Salgueiro, união de três escolas existentes no morro em que morava.

Djalma Sabiá ajudou a moldar a essência salgueirense, compôs sambas inesquecíveis como “Navio Negreiro” de 1957, considerado um dos sambas mais bonitos já escritos. O samba do ano anterior, composto com Caxiné e Nino Moreira, para o enredo “Brasil, Fonte das Artes”, foi o primeiro gravado por uma cantora de MPB, Emilinha Borba. Compositor campeão nos anos de 1956, 1957, 1958, 1959, 1964 e 1976, Sabiá foi ainda diretor de harmonia e vice-presidente da agremiação. No ano de 2013, a agremiação anunciou a construção de um centro cultural que leva o seu nome. Em 2018, ele tomou posse como presidente de honra do Salgueiro.

Através das redes sociais, a Academia do Samba lamentou a morte e homenageou o baluarte: “Nem todas as palavras que pudéssemos escrever conseguiriam expressar a dor que toma conta dos nossos corações. Queremos, neste momento, apenas agradecer por todos os ensinamentos e amor que o senhor dispensou a este chão. Salve Djalma Sabiá, nosso rei”.

No livro “Uma Vida Chamada Salgueiro”, lançado em 2017, o pesquisador e atual diretor de barracão salgueirense, Pedro Nobre, escreveu sobre o fundador da escola:

“Suas letras sempre foram rebuscadas e de altíssimo nível, além disso é o arquivo vivo do Acadêmicos do Salgueiro, porque sempre escrevia em seus diários todos os acontecimentos da escola no seu dia a dia, muitas vezes com suas respectivas fotos. Grande parte dessa história estava em seu poder, e conversando com ele, tive a ideia de criar um espaço cultural com o nome ‘Onde Conta o Sabiá’. Lá estão documentos, fotos e registros de toda a história do Acadêmicos do Salgueiro mesmo antes de sua fundação, mostrando as escolas que deram origem à fusão.”

Djalma Sabiá será lembrado para sempre por seu amor e dedicação ao manto vermelho e branco. Descanse em paz, mestre!

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