Lançamento do enredo da Beija-Flor para o carnaval 2018

Na tarde de domingo (30/07) a quadra da Beija-Flor de Nilópolis estava em festa durante a Feijoada da Sorte. Sexta escola a desfilar na segunda-feira de carnaval (12/02), a Beija-Flor foi a última agremiação do Grupo Especial a divulgar o enredo.

Com apresentação de Laíla, diretor de carnaval, a cerimônia começou com uma breve explicação do enredo, que tem por base a clássica história do monstro do Dr. Frankenstein, que completa 200 anos. Após um trabalho de pesquisa da comissão de carnaval, de Marcelo Misailidis e, sob o comando, de Gabriel David, foi traçado o melhor caminho para o desenvolvimento do projeto.

Laíla – Foto: Divulgação

A Beija-Flor irá apresentar na avenida o enredo: “Monstro é aquele que não sabe amar! Os filhos abandonados da pátria que os pariu”, que será desenvolvido pela comissão de carnaval da agremiação a partir da ideia inicial de Marcelo Misailidis, coreógrafo da comissão de frente da escola. No palco estavam presentes a comissão de carnaval, Misailidis, o presidente Gabriel David (representando o presidente de honra Anísio Abrahão David) e o vice-presidente Almir Reis.

“Frankstein é uma obra que foi inscrita há 200 anos e traduz com muita profundidade a realidade e a utilização desmedida da vaidade intelectual, além da ambição desgovernada. Neste momento a sociedade do Brasil encontra a tradução mais apropriada para entender os dramas sociais que afetam a nossa cidade” – sintetiza Misailidis.

Coube a Cid Carvalho a divulgação do enredo e da sinopse. O carnavalesco retorna à escola após 11 anos de afastamento; “é uma volta pra casa” como afirma Cid e ele foi recebido calorosamente pela comunidade nilopolitana. Todos permaneceram em silêncio durante a leitura da sinopse. Que apresentará na avenida um grande questionamento: quem é o monstro? O criador ou a criatura?

“É uma crítica social, não serão apresentados “culpados ou inocentes”. Mas, seremos levados a refletir sobre a ambição, a vaidade, a corrupção e a falta de amor que estão presentes em nosso dia a dia e que acarretam questões sociais que atingem toda a população” – finaliza Cid.

Cid Carvalho – Foto: Divulgação

“É uma reflexão sobre os monstros que estão dentro de nós e foram criados pelos laboratórios da vida”, como ressaltou Bianca Behrends (pesquisadora da comissão de carnaval).

A ficção do monstro do Dr. Frankenstein nos coloca frente a frente à nossa capacidade de repudiar o que é estranho e diferente, de negar amor ao que não compreendemos. “O monstro do Dr. Frankenstein é a nossa realidade invertida, é a nossa culpa escancarada e jogada em nossas caras, mas que da qual fugimos e negamos qualquer responsabilidade. A criatura é o nosso espelho da vida refletindo nossas falhas mais gritantes, nossa falta de amor com o que nos cerca e com o próximo, e o nosso desrespeito às diferenças”. (trecho extraído da sinopse)

É um tema contemporâneo e abrangente, que contará com a participação popular. A Beija-Flor está aberta para ouvir aquele que quiser falar sobre o monstro que assombra a sua realidade ou o compositor que quiser concorrer com o seu samba.

A cerimônia foi encerrada com uma encenação do enredo mostrando o preconceito, a vaidade, a violência, o descaso do poder público; e terminou ao som da música de “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, cantada pelas crianças do projeto social da Beija-Flor.

Crianças do Projeto Social – Foto: Divulgação

A comissão de carnaval é formada por Laíla, Cid Carvalho, Bianca Behrends, Victor Santos, Rodrigo Pacheco, Léo Mídia, e também do bailarino e coreógrafo da comissão de frente, Marcelo Misailidis.

Por: Marilda Campbell

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