Foto: Carnavalizados

Salgueiro tinge mais uma vez a Sapucaí de vermelho com exaltação às mulheres negras

A agremiação ficou em terceiro lugar no Carnaval 2018 em disputa acirrada com Beija-Flor e Tuiuti.

Em busca do seu décimo título, o Acadêmicos do Salgueiro exaltou as mulheres africanas com o enredo Senhoras do Ventre do Mundo, destacando a importância e a força da mulher negra ao longo do tempo. Deusas, guerreiras, rainhas, sacerdotisas e matriarcas invadiram a Sapucaí.

A Comissão de Frente dedicou-se à fertilidade, com a benção da maternidade como um ritual sagrado, num ato de celebração da vida. Com um elemento alegórico em forma de cabaça, a coreografia inspirada em danças tradicionais africanas, revelou a lenda da criação, em que as Yabás, entidades que representam a fertilidade, concedem a dez mulheres a bênção da maternidade.

Logo no início do desfile, as fantasias foram um destaque, em especial as do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclei Santos e Marcella Alves, e da ala de baianas. Diferentes tons de vermelho foram um fascínio ao olhar, empregados até o Abre-Alas, imponente, poderoso como chamas a incendiar a Avenida. Uma representação do Éden Africano, com a Grande Mãe, gerando o mundo em seu ventre. O tecido de revestimento das girafas no fundo do carro rasgou na concentração e funcionários precisaram correr para colar e não prejudicar a Escola, o que foi conseguido já no portão do setor um. Resta saber se passou despercebido aos olhos dos jurados.

Sobre as “rainhas”, o primeiro setor do desfile colocou em foco as mulheres que fizeram história, como a rainha de Sabá e as Candaces. Em seguida, as deusas egípcias desfilaram em alas, até chegar ao carro dedicado a Kemet, que revelou a opulência e riqueza do Egito antigo.

Passadas as rainhas e deusas, é chegada a vez das guerreiras que lutaram por transformar realidades. No carro “A Eterna Luta”, mulheres que batalharam contra o imperialismo português, britânico e contra a privação de liberdade no Brasil. Uma luta que continua no quarto setor com as trabalhadoras: escravos de ganho, vendedores de legumes e frutas, quitutes, cocadas e quindins. No quarto carro, as cenas de rua dos tempos de colônia, com todas essas funções ressaltadas na alegoria.

A quinta alegoria tratou das mulheres que dominavam os saberes das ervas e as mães de santo com suas tradições religiosas: as Yalorixás. Essas que criaram as irmandades e promoveram a união dos negros.

Com um sexto setor voltado à literatura, o Salgueiro encerrou sua passagem de forma magistral com um carro que desfilou uma Pietà negra, em representação ao sofrimento das mães que perdem seus filhos vítimas da violência. Mais um ponto alto de um desfile com a força de uma Escola campeã.

O que se viu no desfile salgueirense foi uma belíssima exibição de alegorias e conjunto de fantasias. Após quinze anos sob o comando do casal Renato e Márcia Lage, a vermelho e branco da Tijuca manteve sua força com a estreia do carnavalesco Alex de Souza. A Bateria Furiosa foi mais uma vez determinante na evolução, imprimindo um ritmo forte para o tapete vermelho se estender na pista.

 

Confira algumas fotos do desfile:

Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Carnavalizados

Foto: Gabriel Cardoso

Comissão de Frente – Foto: Gabriel Cardoso

Comissão de Frente – Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Gabriel Cardoso

Mestre Marcão – Foto: Gabriel Cardoso

Bateria – Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Gabriel Cardoso

Intérprete Hudson Luiz – Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Gabriel Cardoso

Foto: Gabriel Cardoso

 

 

Por: Ruan Rocha, Gabriel Cardoso, Pablo Sander e Cristina Frangelli

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