Foto: Pablo Sander

Quando soou o gongo o povo matou a saudade do Império Serrano

Chegada a noite do domingo de carnaval foi a vez dos desfiles do Grupo Especial encantarem a Marquês de Sapucaí. A sirene tocou e a primeira Escola a cruzar o portão do setor um foi o Império Serrano, de “tradições imponentes”, distante da elite do carnaval durante oito longos anos.

O carnavalesco Fábio Ricardo assinou o enredo O Império do samba na rota da China e fez um trabalho muito interessante, superando as especulações recentes sobre as dificuldades da agremiação em colocar seu projeto na rua. A verde e branco da Serrinha fez uma viagem extraordinária pela cultura, tradições e mistérios do Império Chinês, comparando-o com sua própria história.

Com um desfile dividido em cinco setores, o cortejo imperiano foi aberto por uma Comissão de Frente que se apresentou em duas partes, representando a China ancestral, com guerreiros protetores de um templo dourado, que se abria para exibir o lado contemporâneo, jovem e colorido chinês.

O Abre-Alas foi o grande destaque da Escola. Protegido por um tripé com dois dragões dourados grandiosos, a coroa, que é o símbolo da agremiação, chegou à pista envolvida por outros dragões, figura emblemática do país homenageado.

Enquanto o primeiro setor viajou pela história da China e do Império, o seguinte foi destinado às dinastias; isto é, aos imperadores e seus legados. Neste ponto do desfile, a velha guarda dinástica chinesa foi comparada à imperiana, em um encontro entre as duas nobrezas.

No terceiro setor (“o samba é nossa religião”), onde veio a segunda alegoria, o Império Serrano discutiu as relações entre o país oriental e a religiosidade, tendo os chineses extraído do Confucionismo a ética, do Taoísmo o equilíbrio e do budismo o culto aos antepassados.

O quarto setor deu lugar às caravanas pelo deserto, as rotas da seda, a viagem de Marco Polo e a surpresa dos europeus no contato com aquela cultura cheia de magias, segredos e invenções. No terceiro carro, um grande tecido era estendido, transformando a alegoria em deserto.

No quinto setor, com pipas, lanternas, sinos, as tradições culturais foram valorizadas. O carro levou a Grande Muralha para a Avenida.

Por fim, o sexto setor inter-relacionou a China com Madureira, misturando os bambas daqui com as damas de lá, e apresentando o Mercadão dos produtos chineses. A alegoria que compôs o encerramento propôs uma grande festa ao ditar “o ano novo chinês na Serrinha”, unindo a vibração dos tambores com os agogôs.

Agogôs que, aliás, foram o grande destaque na bateria da Escola, ao lado dos surdos de terceira com sua batida única. A Sinfônica do mestre Gilmar fez uma bela apresentação, cortada pelo som desses instrumentos, que são uma marca registrada do coração rítmico da agremiação. Vestidos de “Guerreiros de Terracota”, os ritmistas adentraram a Sapucaí marchando, seguidos nas palmas pelo público eufórico do setor um.

Em um comparativo, o desfile do Império Serrano não chegou a trazer uma grandiosidade e riqueza, mas não deixou de apresentar boas alegorias e fantasias na sua disposição por ficar entre as grandes do carnaval.

O Império Serrano foi a 13ª colocada do Grupo Especial, sendo rebaixada para a Série A.

 

Confira as imagens do desfile:

,  Foto: Pablo Sander

Foto: Carnavalizados

Foto: Carnavalizados

Foto: Carnavalizados

Foto: Carnavalizados

Foto: Carnavalizados

Foto: Carnavalizados

Foto: Carnavalizados

Foto: Pablo Sander

Foto: Pablo Sander

Foto: Pablo Sander

 

Por: Ruan Rocha, Gabriel Cardoso, Pablo Sander e Cristina Frangelli

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