Presidente da Liesa Jorge Castanheira - Foto: Luiza Moraes/ Agência O Globo

Liesa adia desfiles que seriam em Fevereiro de 2021

Permanentemente em reunião

Essa é a expressão que define o presente e o futuro do carnaval do Rio de Janeiro. A LIESA realizou na noite desta quinta-feira (24) a esperada plenária entre os dirigentes das escolas de samba do Grupo Especial, para definição dos desfiles do próximo ano. Como esperado, devido à pior crise sanitária enfrentada desde a criação dos desfiles, em 1932, ficou decidida a inviabilidade de realização dos festejos em fevereiro, data original do evento. O presidente da Liga, Jorge Castanheira, afirmou que:

“fevereiro fica inviável, tanto do ponto de vista do prazo, quanto da segurança do público”.

A declaração, entretanto, não representa uma resposta sobre os caminhos que conduzirão ao próximo carnaval. O cancelamento definitivo não foi decretado, e sim um adiamento para futuras avaliações do cenário desenhado pela pandemia. A condição de existência da festa é o surgimento de uma vacina e de um plano de imunização eficaz da população, a única saída para a volta segura das aglomerações.

Questionado sobre a proposição de um novo calendário, Castanheira foi incisivo:

“As diferentes notícias que nós estamos recebendo não nos dão condições de segurança para definirmos uma nova data. Há um estudo forte para tentarmos encontrar um modelo alternativo para 2021, já que em fevereiro fica inviável, tanto do ponto de vista do prazo quanto da segurança do público.”

Caso não haja segurança ou tempo hábil para o desenvolvimento dos desfiles como o conhecemos, a LIESA não descarta o planejamento de um novo modelo de festa, ainda indefinido quanto ao formato e ao regulamento:

“Estamos permanentemente em reunião. Combinamos hoje em trazer projetos alternativos ao modelo tradicional do desfile, que requer um tempo muito maior de preparação. Tudo isso está sendo visto para que nós não tenhamos que cancelar o espetáculo.”

Assim, é possível que pela primeira vez em oitenta e oito anos os desfiles não aconteçam ou sejam realizados com nova configuração.

“As escolas continuam trabalhando artisticamente. Na parte interna estão buscando alternativas para que a gente possa desenvolver, no futuro, o formato do desfile ou um projeto que seja — em comum acordo com o poder público e com nossos parceiros comerciais —, alternativo ao carnaval.” – afirmou Jorge Castanheira.

Sobre a realização do carnaval no meio do ano, o que tem sido discutido em outras cidades pelo país, o presidente da Liga demonstrou preocupação em adequar o espetáculo a um calendário ocupado pelos Jogos Olímpicos, Copa América e outros festejos populares.

Por ora, o carnaval 2021 segue indefinido, em permanente reunião em busca de uma saída capaz de suprir os desejos e necessidades dos artistas, trabalhadores envolvidos e do público.

 

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